53 - You Know Me.

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Me:
[Quem é você?]

Desconhecido:
[Você me conhece.]

Me:
[Conheço?]

Desconhecido:
[Sim. Muito bem.]

Me:
[Me diga seu nome.]

Desconhecido:
[Você me conhece.]

Me:
[Errado. Não conheço.]

Desconhecido:
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]
[Você me conhece.]

Ao ver uma sequência com mais de vinte mensagens com essa mesma frase, solto o celular, deixando-o cair na cama, ao meu lado.
Após alguns minutos vibrando, ele finalmente para. Todas as mensagens diziam a mesma coisa.

Suspiro, cobrindo o rosto com as mãos.
Quem estava mandando as mensagens? Será que realmente é alguém que eu conheço, ou simplesmente quis me fazer desconfiar de todos que estão ao meu redor?

Se essa foi a intenção, conseguiu.

Olho na direção do galpão, lembrando de como Harry se encontrava ontem, tão ferido.
Com um esforço surreal levanto-me da cama, caminhando vagamente em direção a janela, tendo em vista o galpão, que se encontrava fechado.

Atravesso o quarto em passos curtos, sentindo meu corpo implorar para que eu descanse, porém há algo mais importante à ser feito nesse momento.
Descendo as escadas, passo silenciosamente por onde minha mãe se encontrava, agradecendo por ela não ter me visto. Abro a porta da cozinha e caminho pelo quintal, não me importando em estar apenas de pijama, vou até o galpão, batendo três vezes na porta amadeirada.

Assim que ela é aberta, sinto um suspiro de alívio deslizar em minha garganta, ao ver Harry de pé, com o mesmo semblante frio e distante de sempre.

- Você está bem! - Exclamo, soando um pouco mais alarmada que o pretendido.

- Estou. - Ele sorrir vagamente.

- Isso é bom. - Retribuo o gesto, porém ao sentir uma pressão em minha cabeça fecho os olhos, me apoiando na porta.

- Mas parece que você não está. - Ele junta as sobrancelhas. - O que houve?

- Não é nada, só estou cansada. - Respiro fundo, endireitando a postura. - Eu só vim saber como você está, me sinto culpada por ontem.

- Não sinta. Eu me ofereci para ir lá.

- De qualquer forma. - Dou de ombros.

- Se é só isso, saiba que está tudo bem.

- O.K. - Sorrio levemente.

Nos encaramos por alguns segundos, até que decido voltar para casa. Nós nos despedimos e caminho alguns passos pelo quintal, até lembrar de algo:

- Harry! - Chamo, caminhando de volta para o galpão.

- Sim? - Pergunta calmamente, abrindo a porta outra vez.

- Minha mãe falou que vieram policiais aqui. Procuravam por você. - Inconscientemente encolho os ombros.​

- Oh. - Ele me encara com dúvida. - Ela disse alguma coisa para eles?

- Eu não sei.

- Tudo bem. - Suspira. - Vou resolver isso. - Ele me observa. - Lembra do nosso combinado, não é?

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora