Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]

37 - Between Us.

- Olá, Harry. - Respondo, e logo sinto Luke me puxar pela cintura, colando nossos corpos.

- Achei que já estivesse em casa. - Harry questiona, nos observando com certo desconforto.

- Tecnicamente ainda estou, só estou quintal. - Sorrio, dando de ombros.

- Já está tarde, não acha melhor entrar? - Ele insiste.

- Olha, ela está comigo, o.k? - Luke se manifesta.

- Qual a diferença? - Harry revira os olhos.

- Quem você pensa que é para falar assim comigo? - Luke me afasta e se aproxima de Harry, o encarando.

- Alguém que realmente se importa com Skye, já você não passa de um Casanova. - Harry o encara de forma assustadora. Nunca o vi falando dessa forma, tão determinado. E o que mais me tocou, foi ele ter dito que se importa comigo.

Mal termino de piscar os olhos, e vejo Luke direcionar seu punho até o rosto de Harry, porém este logo desvia, socando o abdômen de Luke. Ele curva a corpo para a frente, encolhendo a barriga, mas logo é atingido novamente. Ele tomba até o chão, mas dá impulso com a mão e corre até Harry, o atingindo com um soco. Harry se quer fraqueja, mas atinge Luke duas vezes, o fazendo cair no chão. Harry se ajoelha próximo a seu corpo debilitado e cerra seu punho, porém não atinge o rosto de Luke, como o esperado, mas sim soca a grama ao seu lado.

Harry levanta-se e passa a mão em seu terno, para que não ficasse amassado, em seguida vem até mim, para tentar falar algo, porém desvio e seu corpo e corro até Luke, sentando ao seu lado e colocando sua cabeça em meu colo.

Não posso negar que fiquei feliz com a "declaração" de Harry, porém sei que sinto algo por Luke, e vê-lo assim faz meu coração doer. Deixo que as lágrimas surjam, ao ver meu... Ham... amigo, desacordado e com sangue cobrindo todo seu rosto. Ele estava tão mau, que chego a ter raiva de Harry por ter feito isso.

- Skye, eu... - Ele começa, aparentemente atrapalhado.

- Não. - O interrompo. - Vá embora, Harry. Você já fez muito por hoje.

O rapaz à minha frente apenas abaixa a cabeça e assente.

- Luke. - Sussurro, o sacudindo levemente.

Harry continua nos observando, até que fala um palavrão baixinho e bate com o pé no chão. Ele vem para onde estamos e fica ao meu lado.

- Não se preocupe, ele está bem. Dentro de alguns minutos vai acordar. - Ele fala um tanto tranquilo demais.

- Por que você fez isso? - Fungo.

- Você estava aqui, Skye, você sabe que a culpa não foi minha. Não pense que eu quis fazer isso. - Ele se defende.

- Mas fez, Harry. Olhe para ele agora! - Aponto para Luke, ainda desacordado.

- Será que você só consegui ver ele?! - Irritado, Harry levanta-se. - Eu disse que me importo com você, e venho demonstrando isso há muito tempo.

- Do que você está falado?

- Bem, vou responder com outra pergunta; você o ama?

Após essa pergunta, que me pegou de surpresa, ficamos em silêncio por algum tempo. Talvez deva falar a verdade, talvez deva dizer que realmente não o amo.

- Amor é um sentimento forte, que não surge sempre. Talvez eu ainda não o ame, mas gosto dele, e isso é o que importa. - Suspiro.

Harry me encara por um longo tempo. Ele parecia não acreditar no que minha boca dizia, então buscava a verdade em meus olhos.

Sinto Luke se contorcer em meus braços e olho para ele, notando que já havia acordado. Tento ajuda-lo a levantar-se, porém o máximo que ele consegui é sentar. Seu olhar estava perdido e, vez ou outra, suas pálpebras fraquejavam.

Para deixar tudo pior, ouço minha mãe chamar meu nome da cozinha. Milagrosamente, ela não ouvira toda discussão que havia acontecido aqui.

Tento fazer Luke andar, mas ele continuava fraco. Então só vejo uma solução aparente.

- Harry, me ajude! - O chamo.

- Como é? - Ele pergunta, um tanto irônico.

- Por favor, minha mãe não pode vê-lo aqui. - Praticamente imploro.

- O.k. - Harry bufa, vindo até nós e apoiando Luke em seus braços, logo conseguimos leva-lo até o galpão.

Dentro de poucos segundos após entrarmos, a voz da minha mãe fica mais próxima, mostrando que ela já está no quintal. Harry fax um sinal dizendo que iria lá fora e eu apenas assinto, ajudando Luke a deitar-se na cama.

Caminho até a porta entre-aberta e olho para fora, vendo Harry e mamãe um em frente ao outro.

- Tudo bem, senhora Daltton? - Harry pergunta, agindo naturalmente.

- Até agora sim, apesar de ter ouvido um barulho vindo daqui. O que aconteceu? - Ela fala, parecendo desconfiada.

- Não foi nada demais, estava apenas espantando um gato de rua. - Ele dar de ombros.

- Oh, claro. Tem certeza que está tudo bem por aqui? - Mamãe olha para o galpão, quase me vencendo.

- Sim -, Harry se coloca em sua frente, bloqueando sua visão - pode ficar tranquila.

- Certo, boa noite, senhor Styles. - Ela sorrir, caminhando de volta para casa.

Suspiro aliviada e viro-me para ir até Luke, porém me assusto ao ver que ele está de pé à minha frente. Ele não parece tonto, como antes, mas com certeza está zangado. Ele tinha um corte na testa, que sangrava muito, fazendo um "caminho" de sangue farmar-se por todo o lado direito de seu rosto.

- Que lugar é esse? - Pergunta.

- O galpão.

- Quem mora aqui? Me parece muito organizado. - Ele cerra os olhos.

- Sou eu. - De repente Harry fala, me fazendo ter mais um susto.

- Tinha que ser você. - Luke revira os olhos. - Se bem que eu acho que temos um assunto inacabado.

Luke cerra o punho e vai em direção à Harry, porém me coloco entre os dois, evitando que ocorra outra briga. Luke para ao me ver, é Harry sorrir de canto ao perceber.

- Luke, você não acha que já está mal o suficiente? - Cruzo os braços, então ele se afasta.

- Já está tarde, acho melhor eu ir. - Ele olha em seu relógio de pulso e abana a cabeça, em seguida vai até a porta.

- Espera, você ainda não está bem. - Vou atrás dele, segurando seu braço.

- E por que você se importa? Nem minha namorada você é!

- O que houve? - Estranho seu comportamento, ele nunca falou assim.

- Acontece que eu estou cansado desse seu vizinho, inquilino, ou seja lá o que ele é! Não gosto de como ele te olha, Skye, esse cara é sinistro e o fato de sermos apenas "amigos " não me dar segurança. - Ele desabafa, me deixando sem reação.

- É o que você quer que eu faça?

- Seja minha namorada.