16 - Mommy...?

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 -Não, definitivamente não. -Ele sussurra e dá mais um passo frente. 

 -Isso é bom. Quero dizer... -Começo um pouco atrapalhada, mas logo sou interrompida quando seus dedos tocam meus lábios, fazendo com que eu pare de falar.

  Nos aproximamos cada vez mais e eu posso jurar que estava ouvindo o coração dele bater através de seu peito, assim como ele provavelmente podia ouvir o meu. Ele segura em minha cintura e sem quebrar o contato visual, me aconchega entre seus braços.

  Logo que nos separamos, depois do que pareceu minutos intermináveis, ele toca nossos narizes e eu posso perceber o quão fria a pele por baixo daquele terno era. Ele suspira perto da minha bochecha e eu sinto seu alito quente e com cheiro de canela, ele aproxima nossos lábios e eles se tocam delicadamente. 

- Já está tarde, você deveria estar na cama. - Ele suspira e desliza o dedo pela ponta do meu nariz, fazendo com que eu sorria pelo seu ato. - É melhor você ir, antes que faça algo do qual se arrependa. 

  Eu apenas assinto e caminho para fora do galpão, trato de me apressar quando sinto pequenas gotas de chuva tocarem minha pele e logo chego em casa, após me certificar de que tranquei todas as portas eu subo para o meu quarto e me tranco no mesmo.

(...)

  Mais cedo minha mãe me avisou que eu iria ficar suspensa por dois dias, o que de certa forma foi ruim já que sem o Matt eu não teria absolutamente nada para fazer durante o dia inteiro.

  Após sair do banho e vestir uma roupa quente, contando que o frio já era mais que o normal, desço as escadas procurando por minha mãe já que ficariamos apenas nós duas em casa. Ao entrar na cozinha avisto-a fechando a porta dos fundo e com o olhar distante.

-Mãe? -Ela se assusta e oquase pula, olhando-me com os olhos arregalados.

-Skye, o que você está fazendo aqui? -Ela tenta controlar a respiração e então percebo que seus cabelos estavam um tanto bagunçados, assim como suas roupas.

-Eu moro aqui. -Reviro os olhos -Mas e você? O que estava fazendo lá fora? -Cruzo os braços sobre o peito e cerro os olhos.

-Nada. -Ela dar de ombros. -Agora anda, vai arrumar alguma coisa para fazer! -Ela quase corre em direção as escadas e sobe as mesmas em olhar para trás.

  Eu me aproximo da porta dor fundos e através da tela transparente posso ver pela janela de Harry, ele arrumando a gravata e penteando os cabelos. Isso não pode ter nada a ver, certo? 

  Eu apenas balanço a cabeça para tentar espantar esses pensamentos que poderiam me fazer vomitar. Vou para a sala e me jogo no sofá, ligando a TV em um canal onde passava desenho animado e assim fico a maior parte do dia, saindo apenas para pegar petiscos na cozinha e as vezes fechar as janelas quando o vento constante as abria.

  O tempo passa e a noite logo chega, estranho a fato de que Thomas não havia chegado da escola e decido ir perguntar a minha mãe. Subo as escadas em direção a seu quarto e noto a porta aberta, ao me aproximar consigo sentir aquele cheiro que me trazia tantas lembranças. Entro no quarto e observo minha mãe de pé, com um sorriso no rosto enquanto terminava de arrumar o vestido roxo estampado que usava. Seus cabelos castanhos estavam presos em um coque e um colar de perolas enfeitava seu pescoço.

-Mamãe... -Começo ao entrar no quarto e assim que ela me vê seu sorriso aumenta.

-O que acha? -Ela vira-se para mim e passa as mão pelo vestido florido.

-Está linda! -Suspiro enquanto a observo.

-Você acha que seu pai vai gostar? -Ela franze o cenho, em sinal de preocupação.

-É claro! Que não gostaria? -Exclamo e nós duas sorrimos.

-Obrigado, querida. -Ela suspira e senta-se de frente a penteadeira, terminando de arrumar a maquiagem.

-A onde vai? -Me apoio na parte de trás da cadeira em que ela sentara.

-Até a cidade assistir patinação artística com seu pai. Thomas vai dormir na casa do Dylan, espero que não se importe de passar a noite só! -Ela morde o lábio, provavelmente achando que eu iria reclamar.

-Claro que não, podem se divertir a vontade! -Dou de ombros e sento-me na cama, observando enquanto mamãe terminava de calçar seus sapatos e colocar os brincos não tão chamativos.

  Assim que ela termina, pega sua bolsa e descemos as escadas, ao chegar na porta me despeço e logo o táxi some na estrada. Eu respiro fundo e entro, trancando a porta e subindo até meu quarto. Assim que eu entro uma brisa fria invade o local o que faz com que os pelos do meu braço se arrepiem, eu caminho até a janela e olho para o galpão uma ultima vez, antes de fecha-la. Ouço um barulho vindo do notebook e assim que o abro percebo estar recebendo uma chamada de video do Matt.

-Hey! -Sorrio ao vê-lo e ele faz o mesmo.

-Como vão as coisas em Bradford?

-Por enquanto bem, as e aí? Como está sua perna?

-Bem. Sinto muito por nosso fim de semana ter acabado assim. -Ele suspira.

-A culpa não foi sua, tenho certeza que o próximo vai ser bem melhor! -Tento aima-lo.

-Tenho certeza, mal posso esperar.

-Eu sei que você me ama, mas precisa melhorar primeiro! -Eu sorrio e ele revira os olhos.

-Convencida!-Ele bufa mas logo começa a gargalhar.

  Ouço um barulho vindo do andar de baixo, a campainha estava tocando e eu me despeço de Matt para ir antendê-la. Vou devagar pelas escadas e abro a porta, encontro um homem por volta de seus 40 anos, sua roupa suja de gracha e o cabelo bagunçado coberto por um boné um tanto pequeno demais para sua cebeça denunciavam que ele era mecânico na oficina do "Ricky's", já que esse era o logo que estava exposto.

-Posso ajudar? -Pergunto e seus olhos egitados param diretamente sobre mim.

-Pode chamar a Roselle? -Ele olha para dentro da casa, provavelmente tentando ver se minha mãe passava.

-Quem é você? -Me coloco a sua frente, me incomodava o modo que ele olhava para a casa.

-Tobby. -Não consigo segurar o sorriso quando ouço esse nome.

-Tobby, tipo o cachorro?

-Não, tipo Tobias! -Ele revira os olhos e bufa. -Diga a Roselle que estudamos juntos, ela vai se lembrar! -O modo que ele tirava o boné e começava a sacudi-lo entre as mãos, deixava claro que ele era uma pessoa hiperativa.

-Ela não está em casa, mas posso dar o recado!

-E você é o que dela? -Ele cerra os olhos. 

-Filha. -Suspiro. 

-Até que olhando bem, vocês se parecem. -Ele me olha de cima a baixo e sorrir. 

-Posso ajudar? -Sinto uma respiração quente atrás de mim, e assim que me viro noto Harry encarando o homem a nossa frente.

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum