Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]

9 - Don't Follow

-Um amigo, iriamos fazer esse trabalho juntos. -Aponto para os papéis no chão.

  Niall abre os olhos rápido e se senta na cama, ele olha para mim e depois para Harry, em seguida se levanta e pega a mochila, ele parecia assustado, mas não é pra menos.

-Eu... tenho que ir! -Ele fala e sai batendo a porta do quarto, ouço seus passos rápidos pelo corredor e depois a porta de entrada fechando.Olho ao redor e suspiro. Em um canto estava o trabalho não terminado, ao lado vários papéis, na entrada a "aranha mutante" esmagada perto da porta e ao meu lado, o cara mais estranho que já conheci.

-Você está só? -Por que será que é a segunda vez que eu ouço isso hoje?

-Meus pais estão chegando. -Me movo na cama, de modo a ficar mais longe dele e ao perceber, ele da uma pequena risada.

Antes que ele fale alguma coisa, o telefone fixo toca e eu decido descer para atender. Não sei de deveria deixa-lo só no meu quarto, mas o que ele poderia fazer? Brincar de boneca? Sorrio ao imaginar a cena e quando percebo, estou sorrindo sozinha.

-Quem fala? -Pergunto, ao aproximar o aparelho da minha orelha.

-Skye? Sou eu. -Ouço aquela voz famíliar, que me tranquiliza.

-Mamãe? Tudo bem por ai?

-Sim, na verdade muito bem. -Ela sorrir e lá no fundo, ouço meu pai fazer o mesmo.

-Então amor, só liguei para avisar que eu e o Thomy vamos ficar aqui essa noite. Mas voltamos a manhã logo cedo.-Ela declara, hesitante.

-Claro. -Sorrio fraco.

-Tenho que desligar, boa noite! -Antes do telefone ficar mudo, deu para ouvir um "boa noite, docinho".

  Volto ao quarto e Harry estava sentado no mesmo lugar onde o deixei, porém segurando o papel e o olhando atentamente.

-Está ficando bom. -Ele o vira, como se procurando a posição certa.

-Obrigado. -Suspiro e sento-me na cadeira, um pouco distante dele.

-Precisa de ajuda para terminar? -Ele foca em mim, o que me deixa um tanto desconfortável.

-Não falta muito. -Dou de ombros.

-Sabe, eu era muito bom nessa matéria quando estava no... -Ele dá uma palsa, como se tivesse acabado de dizer algo que não deveria. -na escola. Podemos terminar isso. -Ele pisca para mim.

-Acho que tudo bem. -Não tinha mais argumentos válidos, e até que ajuda nunca é demais.

  Após mais ou menos 30 minutos de mais pesquisa, colagens e recortes, finalmente haviamos terminados. E devo admitir, ficou muito bom!

-Ficou ótimo, obrigado! -O dobro e guardo, para não estragar.

-Não tem de quê! -Ele se levanta e olha no relógio em seu pulso. 

-Acho melhor eu ir, boa noite. -Ele logo sai, como se estivesse atrasado para um compromisso importante.

  Já passava das 23:00h, eu poderia agir como qualquer outra pessoa normal e ir dormir, mas eu decido fazer algo um pouco mais "arriscado", seguir meu iquilíno estranho!

  Eu visto uma calça jeans, uma bota de couro e um casaco com capuz, pego o skate que ganhei de Matt -mesmo mal sabendo andar - e em seguida fico esperando ele sair do galpão e passar em frente a casa, isso logo acontece. Ele vai caminhando até a esquina e chegando lá entra no carro que estava estacionado, eu fico de longe apenas o observando. Quando ele se afasta eu subo no skat e, após várias tentativas falhas, consigo dar impulso e deslizar pelo asfalto.  Começo a ficar preocupada ao perceber que estavamos chegando a períferia, um lugar escuro e bastante assustador, geralmente frequentado por bêbados e prostitutas. Pelo menos era o que sempre mostrava na TV, foi aqui que a garota morta foi encontrada à alguns dias.Quando saiu de meus pensamentos percebo que ele havia parado o carro, e eu faço o mesmo. Ele entra em uma espécie de clube noturno, onde eu não me arriscaria, por mais curiosa que estivesse. Ao olhar ao redor percebo a loucura que havia feito, agora estou sozinha nesse lugar estranho e perigoso onde eu não conheco ninguém. Ideia brilhante, Skye! Coloco o capuz e subo no skate, quando estava prestes a dar impulso e seguir ouço passos e vozes, em seguida aparecem três rapazes. Um deles estava segurando uma garrafa e cambaleava muito, o outro estava quieto e um pouco mais distante, já o terceiro eu reconheci como sendo Zayn, o jogador de futebol da escola.Eu desço e fico na sombra, tentando não ser notada. Falho. O que estava com a garrafa bate de leve no peito de Zayn e aponta para mim, em seguida os outros me olham e param de andar.

-Oi gracinha, tá perdida? -O bêbado se aproxima, e os outros o acompanham.

-Me deixa em paz. -Abaixo a cabeça e continuo andando.

-Calma, eu só quero conversar! -Ele passa na minha frente e me olha de cima a baixo, em seguida se aproxima cada vez mais. Eu o empurro e logo sinto uma mão na minha cintura, quando olho para trás Harry estava ao meu lado, encarando eles, que logo se afastam.

-O que está acontecendo? -Ele me aperta forte contra seu corpo, e os caras recuam.

-Não se mete cara! -O "ameaçador" se aproxima e tenta dar um soco em Harry, mas de alguma maneira ele desvia a acaba o derrubando.

  Zayn e o outro vão para cima, mas Harry atinge-os com golpes do que parecia Muay Thai, e eles ficam no chão, alguns estavam sangrando muito e eu começo a ficar preocupada.

-Vamos sair daqui antes que alguém apareça. -Harry fala e eu pego meu skate, em seguida entramos em seu carro.

-Como você fez aquilo? -Eu olho para trás e percebo que eles ainda se contorciam de dor.

-Não importa, mas o que você estava fazendo aqui? Não sabe que é perigoso? -Ele parecia muito despreocupado para quem acabou de lutar com três caras.

-Eu sei, mas... É, eu não deveria estar aqui. -Suspiro e abaixo a cabeça. -Mas o que vai acontecer com eles? E se chamarem a polícia? -Eu estava muito assutada, então provavelmente estava falando rápido e de forma confusa.

-São marginais, se chamarem a polícia é mais provável que eles sejam presos. Você vai ficar bem! -Da forma que ele falou era como se estivesse preocupado por mim, como se nada nunca fosse acontecer com ele.

-Obrigado. -Sussurro, encarando meus dedos que se moviam em sincronia sobre os jeans.

-Precisa ter mais cuidado, não queremos que se machuque! -Por algum motivo, tenho a impressão que ele falou "ainda..." baixo.