Capítulo 6 • Brigitte Leclerc

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EU NUNCA HAVIA VISTO EVE inquieta daquele jeito

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EU NUNCA HAVIA VISTO EVE inquieta daquele jeito.

Ela discutiu com o rei Pieter logo no nosso primeiro dia em Amsterdam e depois não conseguiu dormir. No segundo dia ela andou de um lado para o outro sem ir realmente a lugar nenhum e, quando perguntei se queria conversar, ela respondeu que estava tudo bem, mesmo que fosse óbvio que não estava. No terceiro, quando cheguei no quarto para ajudá-la a se preparar para o café da manhã, a encontrei vestida, sentada de frente para o espelho da penteadeira e com o cabelo praticamente escovado.

— Eve! Se você queria ficar pronta mais cedo, por que não me chamou? – reclamei me colocando atrás dela para assumir o resto da tarefa.

— Porque não tinha motivos. – ela respondeu e pegou um dos jornais que eu tinha trago da cozinha e começou a folheá-lo – Novidades lá embaixo?

— Tirando a curiosidade de todo mundo sobre a gente, está tudo okay. – comentei enquanto separava as mechas de cabelo para começar a escová-las.

— Curiosidade? – ela quis saber, os olhos focados no jornal, e eu resolvi mudar de assunto.

— Algo importante na agenda hoje? – perguntei e, por sorte, ela estava tão distraída que não percebeu o que eu tinha acabado de fazer.

— Reunião com tio Pieter após o café sobre o baile de aniversário dele – respondeu enquanto trocava o jornal que segurava por um outro – Depois quero que a gente se junte lá na cozinha com Cristina e a chefe Hernandez para falar dos detalhes.

— Eu também? – perguntei.

— Se você não se importar. – ela disse levantando os olhos para me mirar pelo reflexo do espelho da penteadeira.

— Não me importo, – concluí – mas tem que ser na cozinha?

— Algum problema? – Eve quis saber.

— Não, nenhum! – me apressei a explicar – Só que os guardas ficam andando pra lá e pra cá o tempo todo, e isso pode atrapalhar.

— Na verdade é até bom. – comentou – Preciso que os funcionários me vejam como alguém acessível. Vamos fazer na coz... – sua voz morreu no meio da frase. Nas mãos, ela segurava um dos jornais abertos numa página que tinha uma foto colorida dela e do senhor Adams sentados lado a lado no convés de um barco.

— Ele é mais bonito pessoalmente. – comentei depois de ter espiado por cima de seu ombro e ela, furiosa, dobrou o jornal de qualquer jeito e o jogou em cima da penteadeira onde os outros estavam.

— Não pergunte, por favor! – ela pediu logo em seguida, me fuzilando com os olhos pelo reflexo do espelho.

— Eu nem queria perguntar. – respondi de brincadeira, tentando fazê-la relaxar um pouco, mas por dentro fiquei ainda mais preocupada.

Quando Eve voltou daquele compromisso no primeiro dia, estranha de um jeito que me assustava, presumi que era por causa do casamento arranjado e dos problemas que vinham com ele, mas estava enganada. Algo tinha que ter acontecido naquele barco, e tinha que ter sido algo grande porque Eve não costumava se deixar abalar daquela forma por qualquer coisa.

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