Capítulo 24 • Matthias von Löwestein

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NENHUMA PALAVRA FOI TROCADA ENTRE mim e Eveline durante o trajeto até minha casa

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NENHUMA PALAVRA FOI TROCADA ENTRE mim e Eveline durante o trajeto até minha casa. O olhar dela permaneceu perdido em algum ponto para além da janela do carona por todo o tempo e eu, apesar de focado no trânsito, não conseguia parar de pensar nos vários desdobramentos que o que tinha acontecido no píer poderia ter.

Marshall e seus agentes eram discretos, eu sabia. O problema seria se alguém naquele barco tivesse reconhecido a princesa ou se Logan tivesse dito coisas aos ouvidos errados, o que era bastante provável de ter acontecido diante da fúria que vi em seu rosto quando confrontou Eveline.

Tinha dito para mim mesmo que o que aconteceu entre os dois não era da minha conta, mas estava ficando cada vez mais difícil ignorar a situação. A insensatez de Eveline somada ao desequilíbrio de Logan eram provas de que havia algo maior acontecendo, algo que nenhum dos dois estava preparado para controlar e que possuía poder suficiente para destruir tudo o que tínhamos construído.

Estacionei o carro na frente da minha casa e olhei para Eveline. Ela retribuiu meu olhar, uma expressão melancólica no rosto cansado, e se ajeitou no banco, virando-se totalmente para mim ao perceber que eu já não podia prolongar aquele silêncio incômodo e que o momento de falarmos sobre o que aconteceu tinha chegado.

— Preciso saber se ele é de confiança. – falei, colocando em palavras o que mais me incomodava – Preciso saber se corremos algum risco, se você contou a ele algo comprometedor. Prometo que não irei te julgar, mas se você disse qualquer coisa que possa ser usada contra nós, essa é a hora de me contar.

Eveline fechou os olhos, suspirou fundo mas não fugiu.

— A única coisa que ele sabe é que cometemos um erro, Matt. – confessou com certa dificuldade na voz enquanto me mirava mais uma vez – Na verdade, o erro foi só meu. – corrigiu, sorrindo triste – Ele nunca soube de nada, mas não contaria se soubesse.

— Mas ele estava tentando me contar. – contestei, não porque achava que ela estivesse errada sobre a índole dele, mas porque ainda não tinha compreendido o que ele queria quando pediu que me aproximasse no píer.

— Aquilo – ela disse desviando o olhar – foi porque ele achava que eu e você estávamos juntos quando... Bem, – ela deu de ombros e voltou a me mirar – ele pensou que eu estava te traindo. – explicou.

Tudo fez sentido então, principalmente a perplexidade escondida sob a máscara de sarcasmo quando ele percebeu que eu já sabia sobre os dois, e me vi simpatizando com ele. De todas as reações que poderia esperar de alguém levado ao próprio limite, Logan teve aquela que reforçava ainda mais a imagem de pessoa íntegra e honesta que possuía. Ele tentou me dizer a verdade, e ali eu soube que Eveline estava certa. Ele não contaria a ninguém.

— O que acha de encerrarmos esse assunto e entrar? – ofereci, indicando a casa na outra extremidade da calçada e Eveline anuiu.

— Seria ótimo. – concordou, esfregando as mãos uma na outra para espantar o frio anormal que fazia para aquela época do ano, mesmo dentro do carro. Eu a ajudei a puxar o capuz do moletom que usava por sobre a cabeça, para que não se prendesse nos dois alfinetes que enfeitavam seu cabelo, e nós dois descemos do carro, tentando não chamar atenção. Se a imprensa soubesse que a princesa estava comigo ali, seria só uma questão de tempo para que a rua ficasse apinhada de fotógrafos e os rumores sobre nós começassem a proliferar.

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