Capítulo 35 • Thea Östergötland

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— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO aqui?

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— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO aqui?

Choque.

Esta era a única palavra capaz de descrever como me senti ao abrir a porta para encontrar aqueles olhos azuis tão familiares, emoldurados por um sorriso despreocupado, me fitando.

— Trouxe o seu uísque preferido. – Matt me respondeu, levantando a garrafa meio vazia de Laphroaig, o mesmo uísque que costumávamos beber num pub quase abandonado perto da universidade que Stannis adorava – Me deixa entrar? – ele pediu erguendo uma das sobrancelhas, a que possuía uma pequena cicatriz que eu amava traçar com meu dedo mindinho sempre que ele se deitava no meu colo.

Mas isso tinha sido antes, muito tempo antes. Eu precisava me lembrar de que tudo o que restava de nós eram lembranças agridoces que eu não conseguia destruir, não importava quantas vezes ateasse fogo a elas, e que ele agora estava com Eveline, caminhando para um relacionamento sério que, se vingasse, o transformaria em rei.

— Vai me deixar entrar ou não? – ele quis saber, inclinando o rosto um pouco de lado, o sorriso se alargando no pior tipo de suborno que existia, e só então percebi que estivera o encarando de boca aberta por não sei quanto tempo.

Dei um passo para o lado e abri a porta completamente para que ele passasse. O arrependimento veio na sequência.

— Quero ir dormir, – avisei, mesmo que não fosse exatamente aquele o motivo de eu o querer fora do meu quarto – então por favor, diga o que você quer e vá embora porque amanhã o dia será cheio e eu ainda tenho algumas coisas para ler. – completei, indicando a pilha de folhas que estivera estudando no criado mudo ao lado da minha cama desarrumada.

— Você quis dizer: a noite será cheia. – ele rebateu enquanto caminhava despreocupadamente até a mesa perto da janela, se referindo ao baile de aniversário do rei, o motivo que havia me levado até o palácio von Rosenthal contra a minha vontade.

— Você me entendeu. – respondi de pé, ainda parada perto da porta, os braços cruzados no peito, enquanto o observava tirar um copo do bolso do paletó e o colocar na mesa ao lado da garrafa e de um outro copo que ele também havia trago. Matt serviu duas doses de uísque e se aproximou de mim com um dos copos em cada mão.

— Vamos fazer um brinde. – disse, me oferecendo um deles – Ao Pato Bêbado, seu cheiro de cerveja velha e todas as vezes em que ele nos acolheu. – disse sério, mas eu fechei os olhos e comecei a rir, incapaz de me conter – Qual é a graça? – ele quis saber ofendido.

— Eu não esperava por essa, é só isso. – expliquei, tentando me controlar, mas, aparentemente, era impossível.

Quando estávamos na universidade, Matt vivia reclamando do Pato Bêbado, o maldito pub que Stannis nos obrigava a frequentar, apesar de que ele nunca tinha faltado a nenhuma das reunião da Sociedade Pateira Que Bebe que o nosso amigo em comum havia fundado numa das mesas manchadas pelos anos de uso descuidado dos universitários.

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