Capítulo 39 • Logan Adams

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QUANDO ELA ENTROU NO SALÃO onde o baile acontecia, uma rainha em toda sua glória, a mão esguia enroscada no braço dele com intimidade, não pude mais suportar

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QUANDO ELA ENTROU NO SALÃO onde o baile acontecia, uma rainha em toda sua glória, a mão esguia enroscada no braço dele com intimidade, não pude mais suportar.

Tentei ser forte. Deus sabe que tentei! Mas se aquilo fazia de mim um covarde, então um covarde era o que eu era.

Fugi. Me esgueirei pela entrada dos funcionários e fui me sentar atrás de uma das várias estátuas, as mesmas que haviam sido movidas para o corredor lateral para que houvesse espaço suficiente no salão para acomodar as centenas de pessoas convidadas a testemunhar o momento em que ela se comprometeria com ele, e, de longe, ouvi a euforia da multidão quando o anúncio foi feito.

Eveline agora pertencia ao Matthias, e tudo o que podia fazer era me esconder e aceitar que nunca mais poderia me aproximar da mulher que eu amava.

Desejava com todo o meu ser sentir raiva ou ódio, no entanto, tudo o que sentia era frustração e impotência. Quis ajudá-la, quis fazer o que era certo, por ela e pela missão a qual se doava, mas me esqueci que eu sangrava, que sentia e que também sofria. Aquela ilha havia me transformado em um meio homem, quebrado e sem esperanças, que preferia viver entre pesadelos do que aceitar que toda a crueldade a que havia sobrevivido fora mesmo real, mas tudo mudou no dia em que ela sorriu para mim naquele jardim.

Foi ela quem me deu razões para cravar os pés no chão e aceitar que certas coisas, por piores que pudessem ser, precisavam acontecer por um motivo. E Eveline era o meu motivo. Assim como também era a minha maldição.

— A quanto tempo está sentado aqui? – reconheci a voz de Brigitte antes de a sentir se sentar ao meu lado aos pés da estátua que deveria ter me escondido de quem passasse por aquele corredor.

— Não sei. – admiti abrindo os olhos e a mirando. Estava bonita; tinha o cabelo preso no alto da cabeça e usava um vestido azul que brilhava levemente quando se movimentava, fazendo-a parecer uma fada; contudo, o rosto estava preocupado.

— Você não precisava ter visto isso, Logan. – comentou ajeitando a gravata borboleta no meu colarinho – Ainda não entendo por que decidiu ficar.

"Porque prometi ao rei", a desculpa que havia dado até aquele momento automaticamente me veio, mas ela era só mais uma das mentiras que eu repetia incessantemente dentro da minha cabeça, como se ao fazê-lo pudesse manter a fantasia viva. Não as suportava mais.

— Queria a ver uma última vez. – confessei, apoiando meus cotovelos nas pernas e deixando que minha cabeça caísse nas mãos.

Podia sentir. Faltava muito pouco para eu enlouquecer.

— Não se sinta mal por isso. – Brigitte pediu, passando uma mão afável pelas minhas costas, tentando me confortar – Se você tiver mudado de ideia, posso conseguir uns dez minutos pra vocês a sós hoje. – ofereceu – Ela ainda quer conversar com você. Sabe disso.

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