Capítulo 14 • Brigitte Leclerc

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NUNCA FUI DO TIPO QUE pressiona as pessoas

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NUNCA FUI DO TIPO QUE pressiona as pessoas.

Na minha opinião tudo tem seu próprio tempo para amadurecer e com Eve... Já havia tanta pressão em cima da pobre menina que eu não tinha coragem sequer de perguntar o que estava acontecendo.

Eu sabia que quando se sentisse bem ela se abriria comigo como sempre fazia, mas minha intuição dizia que talvez nem teríamos a chance de conversar antes que a situação explodisse contra ela mesma.

Eveline tinha desaparecido no dia anterior por duas horas e reapareceu molhada, com as roupas amassadas e um sorriso contido que não conseguia esconder. Foi impossível não ligar aquele comportamento estranho ao fato de que eu tinha visto o senhor Adams sair do palácio na direção do jardim antes da chuva começar. Até tentei a avisar que ele não tinha voltado para casa como pensávamos, mas não consegui.

Aquilo era só parte da história.

Quando fui tentar avisar Eveline sobre Logan, a encontrei com Matthias, o filho do duque. Os dois tinham um compromisso com o rei que, de acordo com a agenda dela, deveria ter durado a tarde inteira. Mas pouco depois Matt em pessoa apareceu na porta do quarto da princesa, aflito para saber se ela estava bem, o que me fez deduzir que algo havia acontecido entre os dois.

E colocando as duas partes juntas, não havia outro final possível para aquela história que não fosse o trágico.

Era cinco e vinte e nove da manhã quando me levantei. Estava nervosa demais para ficar rolando na cama até que meu despertador tocasse então me arrumei, fui até a cozinha, roubei um bolinho e subi para o terceiro andar. Eveline passaria a tarde fora visitando uma outra cidade ao leste de Rosenthal e, como mandava o protocolo, ela precisava levar roupas, maquiagem, e outros itens básicos que durassem até três dias no caso de uma emergência. Eu já tinha feito metade do serviço na noite anterior, mas pretendia usar aquela uma hora antes que ela acordasse para terminar de separar tudo, assim ela poderia ver o que eu estava enviando antes de fechar a mala e trocar qualquer coisa que não a agradasse.

Se dependesse de mim, estaria incluída na equipe que a acompanharia, mas Eveline foi categórica ao dizer que eu deveria ficar no palácio onde permaneceria segura. Aquilo cortou meu coração e ao mesmo tempo me fez a admirar ainda mais. Os poucos funcionários convocados para a comitiva eram os que tinham treinamento militar, e foi uma surpresa enorme para mim ver que Cristina estava na lista.

"Eu não sou apenas um rostinho bonito", ela comentou em tom de brincadeira durante o jantar da noite anterior e explicou que tinha servido a marinha real germânica antes de se tornar assistente da rainha. "Foi por isso mesmo que fui selecionada. O rei queria alguém capaz de lidar com qualquer situação para acompanhar o dia-a-dia da rainha". Quando viu que aquilo ainda não era suficiente para me acalmar, ela colocou a mão por cima da minha e disse: "Não se preocupe. Sua alteza vai ficar bem. Prometo que não vou sair de perto dela, sem contar que o senhor von Löwestein acompanhou o general na escolha da equipe, e eles só convocaram os melhores. Todos estão bastante empenhados em manter a princesa em segurança."

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