Capítulo 26 • Brigitte Leclerc

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ACORDEI NAQUELA MANHÃ DESEJANDO QUE fosse meu dia de folga

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ACORDEI NAQUELA MANHÃ DESEJANDO QUE fosse meu dia de folga. Estava cansada, física e emocionalmente devido ao estresse do sumiço do Logan, mas nada se comparava ao que ele deveria estar sentindo.

Meu coração doía só de pensar.

Tinha discordado de Eveline enquanto a arrumava apressadamente para o jantar na noite anterior e ela me confidenciou que não pretendia mais contar a verdade a ele. Na minha opinião aquilo era um erro terrível, mas ela estava decidida a deixar tudo o que havia acontecido entre os dois no passado e seguir a vida ao lado de Matt como o planejado pelo pai e pelo tio.

E o pior é que eu não conseguia fazê-la ver a ironia!

Eveline estava cega, pressionada pela responsabilidade que tinham colocado em suas mãos e por pensar que Logan a odiava quando, na verdade, ele provavelmente estava apenas confuso tentando colocar sentido nas poucas coisas que sabia e preenchendo as lacunas com suposições. E eram essas suposições que o faziam cometer loucuras.

Dei uma última olhada no quarto da princesa antes de sair. Ela tinha ido se encontrar com a rainha-mãe de Liechtenstein fazia uma meia hora e eu tinha me deixado ficar para trás para arrumar os últimos detalhes dos dois vestidos que preparei para ela. Ambos estavam em manequins, prontos para serem usados, um no baile da baronesa que aconteceria no dia seguinte, e o outro no baile de aniversário do rei no final de semana.

Ela ficara encantada com o resultado final. Dessa vez não tinha participado do processo de criação como gostava, e a única prévia que tinha visto foram os croquis que apresentei quando estávamos escolhendo o que ela iria vestir em cada uma das ocasiões. Nós tínhamos passado a manhã fazendo provas, discutindo penteados, maquiagem e joias que ela usaria, mas sua cabeça esteve o tempo todo em outro lugar.

Quis perguntar o que tanto a atormentava, mas a conhecia bem o suficiente para saber que Eveline precisava de um tempo antes de estar pronta para confessar o que quer que fosse. E assim aconteceu. Durante o almoço, ela me contou sobre o encontro que teve com Thea no átrio do palácio e como aquilo tinha mexido com o Matthias.

A cada dia que se passava, aquela história ficava assustadoramente mais parecida com a da rainha Daphne e do rei Oliver. Mas Eveline estava disposta a ir até às últimas consequências pelo acordo e, na posição em que eu estava, a única coisa que podia fazer era ajudá-la a suportar o peso das próprias decisões, quando o que queria mesmo era ter o poder de parar aquela loucura antes que fosse tarde demais.

Caminhei pelo corredor, absorta, pensando naquelas coisas, até chegar ao ateliê. Havia uma última coisa que precisava fazer ali, algo que tinha evitado o máximo que podia.

O lugar estava meio vazio, já que era hora do lanche da tarde, exatamente como esperava que estivesse porque não queria ter que responder perguntas que, eu sabia, fervilhava na cabeça de todos os funcionários do palácio a respeito do que tinha acontecido com o senhor Adams. Apenas uma máquina de costura ainda trabalhava, e era a de Tânia, mas ela estava tão concentrada no próprio trabalho que sequer me percebeu ali.

Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora