Capítulo 60 • Logan Adams

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NÃO HAVIA NADA MAIS EXCRUCIANTE do que o vazio

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NÃO HAVIA NADA MAIS EXCRUCIANTE do que o vazio. Horas haviam se passado desde que Eveline se fora, mas poderia ter sido anos ou segundos, não faria diferença alguma.

A Guarda Vermelha havia levado embora o sofá e também o tapete da sala, sujos com o sangue de Brigitte. Um dos oficiais, Deschamp, se apresentou a mim como sub-comandante, dizendo que tinha ordens de garantir que nada acontecesse comigo pelos próximos dias, até que o casamento se realizasse, e pediu permissão para criar um perímetro em volta da casa, que seria mantido pela própria Guarda Vermelha e algumas viaturas policiais.

"Você é meu ponto fraco. Eu preciso te proteger." Foi o que ela disse.

— Faça o que tem que fazer. – respondi ao homem e o deixei no primeiro andar, subindo as escadas para ir me abrigar no silêncio ensurdecedor do meu quarto.

John ligara em algum momento, avisando que Liv ficaria na casa da coleguinha, que Brigitte estava bem e que ele acompanharia a evolução do quadro dela até que estivesse inegavelmente estável. Natalie fora levada pela polícia para prestar depoimento e depois seguiria para Leiden, a cidade vizinha, para se apresentar na base militar das forças reais germânicas onde aguardaria o julgamento do caso que seria aberto para averiguar sua conduta. Tudo o que me restava era esperar que aquela noite acabasse, no entanto eu sabia que o tormento jamais teria fim.

Lá embaixo a campainha tocou, mas não me dei o trabalho de me mexer. Deitado na cama, eu encarava o padrão que o reflexo das luzes das viaturas policiais criava no teto ao atravessar os vidros da janela quando a campainha voltou a tocar. Me obriguei a ficar de pé para ir ver o que quer que fosse que Deschamp queria daquela vez, tentando não pensar na ideia que me tentava desde que havia ficado sozinho.

A garrafa de vodca.

Ela ainda estava no armário da cozinha.

Suspirei fundo, me deixando parar no corredor por um segundo para engolir a vontade de ir até à bebida e desci as escadas, abri a porta de uma vez e...

— Hey! – ela disse com um sorriso estonteante no rosto, mal conseguindo se conter, os olhos azuis brilhando de expectativa e combinando com as pequenas pedras preciosas que decoravam seu cabelo.

— Eveline... – consegui dizer, a respiração ficando automaticamente acelerada, sem acreditar que ela estava na minha porta, sem disfarces, completamente diferente de todas as outras vezes que havia vindo me procurar, sem medo de ser vista ali.

— Hora ruim? – ela quis saber, o sorriso murchando um pouco, erroneamente pensando que a minha demora havia se dado por causa de Natalie.

— Não! Não, não! De jeito algum! – me atrapalhei para responder, sem saber direito como agir ou o que falar, dando um passo desajeitado para o lado e a indicando que entrasse. Ela passou por mim, parou no meio do corredor a alguns poucos metros de distância e me mirou, esperando que eu fechasse a porta, desejando que ficássemos sozinhos.

Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora