Capítulo 56 • Logan Adams

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"... E SUA ALTEZA REAL, A princesa Eveline Louisa da Alpia-Ístria e da Germânia, já está na cidade para o seu casamento com o filho mais velho do duque e da duquesa von Löwestein", o âncora do jornal anunciou entusiasmado, antes que sua imagem no estúdio cortasse para imagens dela, emanando felicidade na entrada da catedral naquela tarde, acenando para as câmeras, sempre de mão dada com ele. "O príncipe de Bremen, título que o noivo receberá no momento do sim, esteve com sua alteza e a família re-"

Apertei o botão vermelho e deixei o controle cair de lado.

Por que ainda ligava a tevê? Por que sentia aquela necessidade de me torturar?

Me levantei do sofá e fui até a pia da cozinha. A resposta era simples, mesmo que a negasse com todas as minhas forças: eu não conseguia deixar de ansiar por Eveline.

Joguei um pouco de água fria no rosto tentando, inutilmente, diminuir a pulsação que retumbava nos meus ouvidos. O aperto no peito, aquele que fechava minha garganta e me fazia prisioneiro do desespero começava mais uma vez a se mostrar. Podia o sentir crescendo, se avolumando, me guiando pelo caminho que eu tinha decidido não seguir. Tomei fôlego. Eu não podia permitir que o que sentia por ela voltasse a assumir o controle da minha vida.

Sem nem sequer pensar, saí da minha casa e bati na porta da cozinha de John. Natalie a abriu, e eu a peguei pela mão antes que tivesse a chance de dizer qualquer coisa.

— Ei, ei! Onde é o incêndio? – ela quis saber, atravessando o jardim comigo, se deixando rebocar na direção de onde eu morava.

— Na minha cama. – respondi, abrindo a porta da cozinha, mas ela se deteve na soleira, o rosto preocupado.

— Agora não dá. – me disse – John ainda não chegou e eu tô esperando a mãe da Hannah trazer... Logan! – ela gritou exasperada quando a peguei e a joguei por cima do ombro – Liv vai chegar a qualquer momento! Você enlouqueceu?

— Não. – rebati evitando o ainda que veio na ponta da minha língua e mudando de ideia quanto à cama no andar de cima. Deitei Natalie no sofá da sala e a beijei com fervor, me entregando completamente ao que ela provocava em mim, e ela me correspondeu com o mesmo ímpeto, nossas línguas se tocando com intimidade, o mesmo acontecendo com minhas mãos deslizando pelo seu corpo forte e esguio, e as dela pelo meu. Abri o botão da sua bermuda e ela usou aquele breve momento em que eu não a estava tocando para tentar voltar à lucidez.

— Liv, Logan! Se não tiver ninguém lá, ela vai vir aqui! – falou meio desesperada, mas seus olhos fechados, o pescoço exposto e a respiração acelerada pediam por outra coisa.

— Vou ser rápido. – prometi, tocando seu seio por cima da camiseta que usava e a ajudando a deslizar para que suas pernas se encaixassem em volta da minha cintura – Além do mais, Liv nunca entra sem antes bater.

Meus dedos correram pela faixa de pele exposta, entre sua camiseta e a bermuda semiaberta, e ela se arqueou, mordendo o lábio.

— Esper... Ahhhh! – gemeu quando beijei sua barriga. Natalie me agarrou pelos cabelos, tentando assumir o controle ou me obrigar a continuar, eu jamais saberia, enquanto minha boca seguia mais para baixo e meus dedos abriam o fecheler da única coisa que ainda estava no meu caminho.

Então a campainha tocou.

Natalie me empurrou e se sentou.

— Eu te disse! – protestou ainda ofegante, ao mesmo tempo que arrumava a roupa e passava a mão pelos cabelos. Ela se levantou e foi atender a porta sem dizer nem mais uma palavra, e eu me deixei cair no sofá com o corpo inteiro latejando. Teria sido mais eficaz ter recorrido à garrafa de vodca escondida no armário da cozinha.

— Logan? – Natalie chamou de repente do corredor de entrada, bastante alarmada, e foi seguida pelo meu maior desejo, meu pior pesadelo, aquela que jamais pensei iria ouvir tão próxima a mim de novo.

— Não precisa! – Eveline pediu, a voz falhada – Eu não devia ter vindo aqui.

Me levantei com um pulo e atravessei o cômodo, chegando no corredor sem acreditar que aquilo pudesse ser verdade, que ela pudesse mesmo estar ali. Tinha que ser alucinação, um delírio, mas quando olhei para a entrada, Eveline estava mesmo de pé na minha varanda.

Vestia jeans e moletom, o capuz cor vinho puxado por sobre os cabelos, exatamente como no dia em que fugiu do palácio von Rosenthal para ir me ver no píer da cidade. Seus olhos brilharam quando me viu, mas foi de dor e decepção. Ela deduzira o que Natalie fazia na minha casa no momento em que a porta se abrira.

— Vou deixar vocês a sós. – Natalie anunciou, passando por mim e voltando para a sala. Eveline deu um passo para trás, girando o corpo para voltar por onde tinha vindo e eu me desesperei.

— Por favor... – implorei, sem saber como continuar. Me aproximei o máximo que me atrevia e ela se deteve, mas não voltou a me mirar. De perfil, Eveline escolheu encarar o nada enquanto girava o anel de noivado no dedo, num movimento agitado e inconsciente, e então entendi a verdade no que ela tinha dito à Natalie. Ela não deveria estar ali. – Você me fez jurar que ia seguir em frente! – eu a lembrei, lutando contra o nó que havia se formado na minha garganta, e uma lágrima escorreu pelo rosto dela.

Como quis abraçá-la! Segurá-la nos meus braços, respirar a sua essência e me sentir completo de novo. Eu só precisava dar um passo. Ela estava tão próxima, e eu podia sentir o quanto também queria ceder. Mas no final, quando tivéssemos que voltar à realidade, nós sabíamos que ela ainda seria dele, e que a sua presença não mudava nada do que já tinha sido decidido semanas atrás.

— Faça o que você tem que fazer, Logan. – ela me instruiu – É o que eu estou fazendo.

Eveline olhou para mim uma última vez, o rosto devastado, e me deu as costas.

Tudo o que pude fazer enquanto a via se afastar foi me prender ao chão, porque se me permitisse sequer respirar, seria para a impedir de ir embora.

E não.

Era tudo o que eu mais queria, mas não.

Eveline não deveria ter vindo até minha casa.

Eveline não deveria ter vindo até minha casa

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Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora