Capítulo 16 • Brigitte Leclerc

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PASSEI GRANDE PARTE DAQUELA MANHÃ de domingo na mesa de costura do atelier, um olho no trabalho, o outro na tevê, esperando que o canal germânico mostrasse flashes ao vivo do momento em que Eveline chegasse na praça do atentado, mas nada tinha aco...

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PASSEI GRANDE PARTE DAQUELA MANHÃ de domingo na mesa de costura do atelier, um olho no trabalho, o outro na tevê, esperando que o canal germânico mostrasse flashes ao vivo do momento em que Eveline chegasse na praça do atentado, mas nada tinha acontecido. Eu estava ansiosa por notícias.

Na hora do almoço, desci para a cozinha e tive um pouco de alívio. Dois agentes da PSG compartilharam a mesma informação em momentos diferentes: a princesa tinha feito questão de que a cerimônia na praça fosse privada em respeito às famílias das vítimas, e só não tinha voltado para o palácio ainda porque fora convidada a almoçar com alguns políticos da cidade.

Era a cara de Eveline proibir a imprensa. Fiquei mais tranquila depois disso e voltei ao trabalho com empenho renovado. Estava dando os últimos retoques no casaco de um dos novos ternos do senhor Adams quando Laila, umas das arrumadeiras, veio me avisar que o helicóptero que trazia a princesa de volta tinha pousado no heliporto do jardim e o palácio inteiro estava se preparando para recebê-la.

Larguei o que estava fazendo com a promessa de que voltaria depois e corri para o quarto de Eveline. Meia hora depois ela apareceu.

— Estava mesmo me perguntando onde você estava. – reclamei quando fechou a porta atrás de si.

— É bom ver você também, senhorita Leclerc. – ela respondeu num tom irônico divertido.

— Para com isso. – pedi me aproximando e a puxando para um abraço – Estava preocupada com você.

— Eu também estava preocupada comigo. – Eveline rebateu, numa tentativa falha de fazer uma piada, e se afastou – Deu tudo certo. Vamos chamar isso de vitória.

— Definitivamente. – completei e nós duas rimos. Era bom vê-la ter um pouco de sucesso, mesmo que fosse por algo tão trágico. Ela andou pelo cômodo, tirou o casaco e o jogou numa das poltronas.

— E como está tudo por aqui? Você fez o que eu pedi? – quis saber, olhando por cima do ombro na minha direção enquanto pegava o jornal do dia que eu tinha deixado ao lado do telefone, e eu fiz uma careta. Por que ela tinha que ser sempre tão direta?

— Estou fazendo dois ternos e um smoking pra ele. – respondi e ela anuiu indo se sentar numa das poltronas para folhear o jornal, mas eu sabia que toda sua atenção estava voltada ao que eu tinha a dizer, mesmo que ela tentasse disfarçar – Vou ter o primeiro pronto hoje ainda. Só estou terminando de fazer uns ajustes no comprimento das mangas e já vou entregar para ele usar amanhã na visita ao Parlamento. O smoking tive que encomendar, mas fiz isso no mesmo alfaiate do rei e ele me prometeu entregar tudo ajustado na quarta. Até lá terei o segundo terno pronto e mais alguns jogos de camisa e gravata pra ele fazer variações.

— Ótimo. – ela disse num tom aéreo enquanto encarava o jornal. O problema é que eu a conhecia bem demais ao ponto de ver o quanto se esforçava para parecer desinteressada – Vou precisar ligar para minha mãe e pedir que ela mande...

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