Capítulo 19 • Logan Adams

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EVELINE MENTIU PRA MIM

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EVELINE MENTIU PRA MIM. Olhou nos meus olhos e disse que não estava com o Matthias, que eu não tinha feito o papel do outro. E, no entanto, suas palavras desmoronaram completamente assim que ele se aproximou dela.

Tolo, mais uma vez era o que eu era. Quis tanto acreditar nas palavras dela que neguei o que vi com meus próprios olhos: os dois, íntimos, trocando carinhos na presença do rei.

Ninguém jamais se comportaria daquela forma se não houvesse um compromisso, principalmente naquele caso. O Matthias era o herdeiro de um dos ducados mais ricos da Germânia e Eveline era a herdeira de um país inteiro. Se os dois estavam se permitindo aquele tipo de intimidade em público era porque o que havia entre eles era sério, caso contrário ela o teria levado para algum canto escuro como fizera comigo.

E o pior de tudo é que, vendo-os juntos, nem mesmo eu poderia negar como pareciam perfeitos um para o outro. Ele, provavelmente, tinha sido preparado a vida inteira para estar naquela posição e perceber aquilo foi a gota d'água. Meu único erro foi ter permitido que a frustração que sentia transparecesse, mas naquele momento não teria conseguido me conter nem se minha vida dependesse daquilo.

Não devia ter feito aquele brinde. Deveria ter saído até os fundos do prédio do parlamento, socado a parede de tijolos até minha raiva abrandar, roubado uma garrafa de uísque do estande de bebidas e ido para a rua em silêncio. Mas eu precisava provocar Eveline e agora, além de uma garrafa quase vazia e mãos machucadas, não conseguia me livrar da lembrança do rosto dela quando percebeu que suas mentiras não tinham mais efeito, e esse era o maior problema. Se não soubesse melhor, diria que doeu tanto nela quanto doeu em mim.

Mas eu não cairia de novo naquele truque.

Não pela terceira vez.

Encarava o estrago que tinha feito nas minhas duas mãos enquanto descansava em um dos bancos do canal. Todos que eram próximos a mim sabiam que a ilha tinha me mudado em níveis que nem eu mesmo compreendia, principalmente quando se tratava de controle, – ou melhor, a falta dele – e temiam por mim. Era por isso que eu frequentava o psicólogo, para que eles se sentissem mais tranquilos, mesmo que o pobre homem não pudesse me ajudar.

Ninguém podia.

Eu tinha ido ao inferno e voltado, e não havia ninguém capaz compreender o que aquilo tinha me custado e o que ainda me custava.

Talvez o capitão fosse capaz de me ajudar se tivesse sobrevivido, mas ele morreu e às vezes me perguntava se aquela não teria sido uma solução melhor para mim também.

Qual a razão de se viver uma vida pela metade, um pé na realidade e o outro ainda naquela maldita ilha para sempre?

Eu me perguntava aquilo todas às vezes que a febre vinha e ameaçava me afundar no turbilhão de memórias. Sempre lutava, dava o meu melhor enquanto repetia para mim mesmo que era só um pesadelo, que só precisava abrir os olhos e tudo desapareceria, mas nunca era suficiente.

Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora