Capítulo 53 • Matthias von Löwestein

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O VENTO SOPRAVA DO LESTE quando chegamos ao aeroporto

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O VENTO SOPRAVA DO LESTE quando chegamos ao aeroporto. Havia uma tempestade se aproximando no horizonte e Eveline, prevendo que aquilo poderia acontecer, escolheu usar um chapéu que mantivesse seu cabelo preso e um manto para se proteger do frio.

— Você deveria estar usando um cachecol pelo menos. – ela comentou distraída, olhando pela janela do carro para o céu escuro, antes que este estacionasse próximo ao avião que nos esperava na pista de pouso.

— Eu tô bem, Eve. De verdade. – respondi apertando sua mão enluvada na minha e a fazendo se virar para me mirar – Onde cresci venta muito mais do que isso. – completei – Pra mim está até agradável.

Ela revirou os olhos dramaticamente.

— Se você tiver dor de ouvido depois, vou fazer questão de te lembrar do que acabou de dizer. – rebateu, com uma nota de desafio na voz, mas também de diversão.

— Não vou reclamar. – garanti sorrindo, incapaz de me manter imune ao bom humor que aumentava nela a cada passo que dávamos para longe de tudo – Vamos? – quis saber quando o carro parou e ela anuiu. A porta do seu lado se abriu e o capitão Leclerc estendeu a mão para ajudá-la a descer. Eu desci pelo outro lado e dei a volta no veículo para me juntar a ela. Eveline sorriu quando sentiu minha mão envolver a dela e, em silêncio, nós concordamos que era a hora de darmos o próximo passo.

Aquela seria a última aparição pública que faríamos antes do nosso casamento. Havia fotógrafos posicionados atrás de um cordão de isolamento a pouco mais de cinquenta metros de onde o carro parara, e ela e eu precisaríamos caminhar mais ou menos a mesma distância até o avião. Tudo havia sido planejado para alimentar a sede da imprensa ao nosso respeito e dar a eles assunto suficiente para os próximos cinco dias, que seria o tempo que ficaríamos em Goukos, uma ilha próxima ao litoral do país.

Eveline e eu sabíamos que no dia seguinte as fotos que fossem tiradas ali estampariam cada jornal, fosse na Alpia-Ístria ou na Germânia e por isso, caminhamos pausadamente, de mãos dadas e acenando para os fotógrafos em meio à ventania, deixando que registrassem cada movimento que fazíamos até alcançarmos a escada de acesso ao avião. Continuava ser parte do plano, fazer com que todos acreditassem que estávamos apaixonados e, apesar de todos os outros percalços, pelo menos naquilo ela e eu tínhamos alcançado o sucesso absoluto.

A bordo, fomos recepcionados pelo capitão e sua equipe, e menos de vinte minutos após termos sido acomodados, estávamos no ar rumo ao sul.

— Brigitte e seus pais devem estar chegando a Bremen agora. – ela comentou, olhando o pequeno relógio de pulso que usava.

Sentados de frente um para o outro, eu podia sentir a perna dela roçando despreocupadamente na minha. Desde que havíamos deixado Rosenthal, mas principalmente desde aquele primeiro pesadelo que ela teve, percebi que Eveline passara a ter essa necessidade constante de estar tocando alguém. A felicidade de ter descoberto que os pais haviam se acertado camuflava um pouco como ela realmente se sentia, mas eu sabia o quanto estava traumatizada.

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