Capítulo 42 • Otto Gallagher

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— ESTOU ESPERANDO UMA EXPLICAÇÃO

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— ESTOU ESPERANDO UMA EXPLICAÇÃO. – lorde Van Basten disse tranquilamente, os cotovelos apoiados no tampo da mesa, as mãos entrelaçadas servindo de apoio para o queixo.

Ele não fora capaz de nos esperar em Berlim. Sua ansiedade era tamanha que durante todo o tempo estivera ancorado em alto mar em um iate a poucos quilômetros da costa germânica, aguardando o desenrolar do seu plano. Porém, desde que Stella e eu havíamos entrado em sua cabine minutos atrás ele nos mirava com olhos frios, cheios de uma curiosidade estranha, quase mórbida, e totalmente silenciosa.

Quem não o conhecia poderia pensar que estava apenas calmo, mas eu já tinha provado o suficiente da sua fúria invisível no passado para saber que nos encontrávamos em uma situação muito perigosa. Havíamos falhado, e ele soubera da notícia antes mesmo que Stella e eu tivéssemos a chance de chegar até o iate.

— Alteza, – ela começou a se explicar, nervosa como deveria estar diante do Duque de Saxeburg – não entendo como a princesa conseguiu se livrar do vestido. Mesmo com a ajuda do senhor Adams. Eu me certifiquei pessoalmente que não houvesse pontos fracos na costura e acrescentei peso extra à saia.

Eu não sabia, mas Stella, como eu, era uma agente infiltrada no palácio von Rosenthal. Ela trabalhava no atelier e, quando se revelou dizendo que tinha ordens para assassinar a princesa durante o baile e que precisava da minha ajuda dias atrás, cheguei a temer que tivesse sido descoberto, que ela fosse uma isca, uma forma de fabricar evidências antes de me prenderem. Mas não. Ela sabia sobre minha mãe.

— Stella. – o duque respondeu, se deixando reclinar na cadeira – Achei que tivesse deixado claro que não havia margem para falhas. Agora, você desperdiçou não só o meu tempo como também a única oportunidade que tinha de fazer tudo parecer um suicídio. Percebe o problema?

— Sim, alteza. – ela respondeu ao meu lado, a voz trêmula.

"Eveline se jogara no canal para não ter que se casar com alguém que não amava, horas depois de ter sido obrigada a se comprometer com o herdeiro do duque de Bremen". Seria aquilo que o duque diria a todos, que suas majestades, os reis Pieter e Oliver, haviam sido os arquitetos da destruição da única chance que sua dinastia tinha de durar, os únicos responsáveis pelo destino trágico da jovem princesa.

Se tivesse dado certo, mesmo que o filho que a rainha Aletta esperava sobrevivesse ao parto, ele teria tido sucesso. Van Basten incriminaria os Rosenthal e os faria parecer culpados pela morte de Eveline. E, ainda que não houvesse provas, todos acompanharam como que, de um dia para o outro, ela começara a ser vista na companhia do Matthias.

Quem não acreditaria na história?

Então, quando o país estivesse convencido que os Rosenthal agiram por ganância, o duque daria a ordem para que seus aliados no governo iniciassem o processo de deposição. Uma vez começado, não sobraria nenhuma alternativa à Pieter a não ser renunciar à sua herança e viver o resto da vida longe da Germânia, banido do próprio país, enquanto observava Van Basten se sentar em seu trono.

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