Capítulo 47 • Matthias von Löwestein

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JÁ NÃO ERA SEGREDO PARA ninguém que suas majestades, a rainha Daphne e o rei Oliver, haviam chegado à Germânia naquela madrugada em um avião com quase cinquenta pessoas a bordo, entre funcionários da coroa e oficiais da Guarda Vermelha

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JÁ NÃO ERA SEGREDO PARA ninguém que suas majestades, a rainha Daphne e o rei Oliver, haviam chegado à Germânia naquela madrugada em um avião com quase cinquenta pessoas a bordo, entre funcionários da coroa e oficiais da Guarda Vermelha. Todos acreditavam que eles, ao receber a ligação de uma Eveline eufórica, haviam colocado seus compromissos de lado para vir até Rosenthal e compartilhar com a filha a alegria de ter sido pedida em casamento pelo homem por quem estava apaixonada. Ninguém sabia ou sequer desconfiava que a princesa quase havia sido assassinada; tudo o que as pessoas enxergavam era a fofoca deliberadamente espalhada por Eveline de que estava grávida de mim.

Ela, claro, não estava grávida, mas aquilo não importava. Ao encorajar o assunto, Eveline havia criado um escudo em torno de si mesma, fazendo com que todos, sem exceção, instintivamente a quisessem apoiar e proteger. Ela havia construído uma situação política da qual ninguém, nem mesmo aqueles que eram contra o nosso casamento, tinham chances de fugir. Como alguém poderia falar contra a união de duas pessoas que estavam prestes a ter um filho?

Enquanto a observava, sentada alguns assentos à minha frente ao lado do pai, parecendo muito mais frágil do que realmente era, não pude deixar de pensar no quanto tudo o que tinha acontecido a havia mudado. Eveline me pegou completamente de surpresa quando confessou que tinha sido ela, ainda naquela manhã, a começar o assunto que estava sendo debatido em todos os canais de tevê. Havia em Eveline uma audácia recém descoberta que a fazia capaz de virar qualquer situação a seu favor, uma qualidade notável que havia herdado dos Rosenthal e que estava camuflada por baixo de sua aparência delicada. Ela não só estava aprendendo a lidar com política, como também compreendendo que era possível moldar o poder que o status de princesa herdeira da Alpia-Ístria lhe dava da forma que desejasse.

— Senhor von Löwestein. Posso me sentar? – o capitão Leclerc, recém nomeado chefe da guarda dela, perguntou ao se aproximar do fundo da parte do avião destinado à família real onde eu havia me refugiado. Havíamos decolado minutos antes de Rosenthal, indo na direção de Vienna, num voo que não seria muito longo.

— Claro. – respondi indicando o assento vazio à minha frente – Também preciso falar com você, mas primeiro me diga o que precisa.

— Na verdade, – ele completou se sentando onde eu havia indicado, mas sem se permitir ficar à vontade – precisamos falar sobre o que é necessário fazer. Estou ordenando uma guarda pessoal para o senhor a partir do momento que sairmos do avião, e gostaria de ter sua cooperação.

Eu podia sentir o tom de reprovação em cada palavra que ele havia pronunciado. Ele não gostava de mim; não tinha gostado desde aquele primeiro encontro que tivemos no quarto de Eveline, na noite em que eu havia gritado com ela e... e perdido completamente o controle.

Engoli em seco.

— Não sou seu inimigo, Leclerc. – declarei, o que o fez ficar ainda mais sério do que antes.

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