Capítulo 32 • Matthias von Löwestein

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DEPOIS DE TUDO O QUE tinha acontecido, não deveria ter ficado surpreso quando um agente da PSG se aproximou de mim e de Eveline no baile da baronesa Böselager para nos avisar que o rei estava deixando a quietude da casa de campo onde havia passado...

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DEPOIS DE TUDO O QUE tinha acontecido, não deveria ter ficado surpreso quando um agente da PSG se aproximou de mim e de Eveline no baile da baronesa Böselager para nos avisar que o rei estava deixando a quietude da casa de campo onde havia passado os últimos dias com a rainha em Maastricht, no sul do país, para voltar para Rosenthal antes do programado.

Pieter provavelmente via a presença de Van Basten na capital naqueles dias que antecediam seu aniversário da mesma forma que eu: uma ameaça estritamente planejada para nos desestruturar e nos fazer temer o seu alcance. Como impecavelmente demonstrou no baile, o duque possuía amigos na corte dispostos a ajudá-lo e, por mais que aquilo fosse um problema, a coroa não podia simplesmente apontar o dedo a quem colaborasse com ele. Primeiro porque não havia provas que o ligassem ao atentado ou a qualquer outro acontecimento que violasse as leis germânica. Segundo, porque Van Basten era um parente próximo da família real e tinha os mesmos direitos que eu, por exemplo, de estar onde quisesse estar. Isso incluía o palácio.

Cada vez que achava que tínhamos avançado na direção certa, que uma pequena vitória seria nossa recompensa, Van Basten aparecia para mostrar que estivera dois passos à nossa frente o tempo inteiro, e que sabia exatamente o que fazer para nos neutralizar. Eu me sentia impotente, preso à única defesa que possuíamos contra os planos do duque, sabendo que não havia outra forma de o combater a não ser através do casamento com Eveline.

Eve... Ela não merecia ter que passar por aquela provação. O que me disse na noite que combinamos nosso noivado me voltava à mente todas as vezes que a via lutando para manter o sorriso no rosto. "Podemos fazer isso dar certo, Matt. Podemos ser felizes", fora o que ela sussurrara enquanto nos beijávamos no corredor do terceiro andar do palácio, e ela não estava mentindo.

Apesar de tudo, eu tinha certeza de que Eveline realmente acreditava que tínhamos uma chance de sermos felizes porque era como me sentia em relação a ela também. Eu me importava com ela e sabia que o sentimento era recíproco, sabia que algo único havia florescido entre nós, algo que só quem um dia esteve numa situação parecida com a nossa poderia compreender.

Nós só tínhamos um ao outro e sabíamos que aquilo precisava bastar. Eveline e eu havíamos reunido à nossa volta exatamente o necessário para levar aquele casamento arranjado à diante mas isso não a impedia de sofrer um pouco mais a cada dia que se passava, enquanto eu era obrigado a assisti-la lidar com as consequências das decisões que fora forçada a tomar sem nada poder fazer além de estar ao seu lado para segurar sua mão quando fosse necessário.

Se eu ao menos tivesse chegado ao palácio antes, ou se Pieter tivesse escolhido me enviar a Vienna ao invés de a trazer para Rosenthal, as coisas poderiam ser bem diferentes. Afinal, Eveline não sofria por ter que se casar comigo, ela sofria por ter que abrir mão dele.

Desejava do fundo do meu coração que houvesse uma outra forma de tirar das mãos de Van Basten o poder que ele planejava usar contra a coroa, o poder que colocaria um alvo ainda maior nas costas da princesa caso Pieter fosse deposto, mas não havia. Se por acaso o duque conseguisse o que queria, independente dos meios que utilizasse, Eveline nunca mais encontraria segurança na vida. Nem ela e nem seus filhos. Eles seriam uma ameaça à nova família real e, para alguém que estava disposto a tudo para alcançar um objetivo, assassiná-los seria a única forma que Van Basten teria de garantir que uma revolta em nome do retorno dos Rosenthal não se iniciasse. No entanto, apenas temer aquele futuro não me levaria a lugar nenhum. Eu precisava agir se quisesse o impedir.

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