Capítulo 52 • Logan Adams

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ACORDEI NO SOFÁ DA SALA me sentindo como se tivesse sido atropelado

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ACORDEI NO SOFÁ DA SALA me sentindo como se tivesse sido atropelado. Meu pescoço estava rígido e todo o meu corpo doía por ter dormido retorcido ali mais uma vez.

Eu não conseguia ir para o meu quarto. Simplesmente não conseguia olhar para a minha cama sem imaginar que em breve ela estaria na dele, se já não estivesse, e aquilo estava me deixando louco.

No auge do desespero, tentei jogar no mar a insígnia que a mãe dela me dera durante a tempestade da noite anterior, mas não fui capaz. Aquele pedaço de ouro era a única parte de Eveline que me seria permitido ter, e se eu não o tivesse para apertar até que as pontas perfurassem a carne da palma da minha mão, como é que eu teria certeza de que ela realmente existiu na minha vida?

Olhei para a insígnia, jogada de qualquer jeito em cima da mesa de centro, e tomei fôlego. Ao menos Nat não ficara ali pra me ver deslizar pelas bordas da inconsciência. Eu não queria que ela me visse daquela forma, não queria que olhasse para mim e traçasse paralelos com ela mesma. Minha dor podia ser muito mais do que eu podia suportar, mas pelo menos eu tinha conseguido salvar Eveline. Natalie não tivera a mesma chance.

A garrafa de uísque barato que eu bebera até quase a metade depois que ela foi embora estava ao lado da joia e me encarava. Nat havia ameaçado jogar o seu conteúdo fora quando ainda estava cheia, mas no fundo ela sabia que não podia. Aquela era a minha válvula de escape, a única coisa capaz de me derrubar quando eu já não suportava a realidade. E sabendo na própria pele como era se sentir destruído por um amor que não poderia mais viver, Natalie não tinha coragem de tirar de mim aquele alívio, por mais degradante que fosse.

Nós conversamos durante horas madrugada adentro e, enquanto contava a ela os detalhes de como um marinheiro havia sido tolo o suficiente para se apaixonar pela herdeira do trono da Alpia-Ístria, Nat vigiava a garrafa esperando que eu estendesse a mão e tomasse o primeiro gole, que desse um único motivo para ela abandonar as desculpas que dera para si mesma, se levantar e ir despejar o líquido na pia da cozinha. Mas eu não bebi. Pelo menos não enquanto ainda estávamos os dois ali.

Esfreguei o rosto e, ainda meio tonto, me levantei do sofá. Subi as escadas para ir até o banheiro, me despi, abri o chuveiro e deixei a água gelada lavar para longe o que ainda restava em mim da noite anterior. Tinha se tornado uma rotina. Depois daquilo, eu comeria qualquer coisa que ainda existisse na geladeira e me sentaria no sofá para esperar a noite chegar. Quando isso acontecesse, eu estaria livre para acabar com a garrafa e deslizaria novamente para o único lugar onde existia paz, até acordar no dia seguinte e dar início àquele ciclo mais uma vez.

— Logan? – ouvi John chamar do primeiro andar – Tá em casa?

— Aqui em cima. – respondi, desligando o chuveiro e pegando uma toalha para me enxugar.

— Estou fazendo waffles. – meu amigo disse quando se aproximar da porta fechada – Quer vir tomar café com a gente?

Fiquei tentado a dizer não. Natalie provavelmente tinha contado a ele o que acontecera e eu não queria ter que tocar naquele assunto. Porém, se não aceitasse o convite, John ficaria ainda mais preocupado, e eu não queria colocar mais nenhum peso sobre seus ombros.

Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora