Capítulo 12 • Logan Adams

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ESTAVA NO MEIO DO OCEANO mais uma vez

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ESTAVA NO MEIO DO OCEANO mais uma vez.

Se fechasse os olhos podia sentir as ondas me jogando de um lado para o outro enquanto lutava para manter minha cabeça acima da linha d'água, mas o turbilhão formado pela tempestade era muito forte e nada que eu pudesse fazer mudava o fato de que minha vida estava por um fio.

Tudo o que pensava era em sobreviver. Meus outros sentidos desapareceram, minhas memórias deixaram de existir, minha mente se esvaziou e a única coisa que realmente importava era me manter respirando por mais um segundo.

Esfreguei meus olhos e me sentei na cama. Preferia mil vezes quando aquelas sensações vinham na forma de pesadelos porque então tudo o que precisava para fazê-las sumir era acordar.

Levantei, fui até o banheiro e joguei um pouco de água fria no rosto. Encarei meu reflexo no espelho e suspirei. O que estava acontecendo comigo? Cada vez que eu a via, que ouvia alguém dizer seu nome ou simplesmente pensava em como ela tinha se encaixado perfeitamente nos meus braços, me via sugado novamente para dentro daquele redemoinho. Cada mísera vez.

Voltei para o quarto e vesti um par de roupas confortáveis. Era o início da tarde e se eu fosse rápido talvez conseguisse escapar da chuva que o telejornal de ontem tinha previsto. Meu corpo ansiava por se livrar o máximo possível daquela tensão e aquilo significava correr.

Saí do quarto e, ao invés de descer a grande escadaria que levava ao átrio principal, entrei na porta que dava para a passagem destinada aos empregados. Eu dizia para mim mesmo que fazia aquilo porque não me sentia à vontade no meio de todo o luxo dos corredores principais, mas no fundo do meu peito o real motivo martelava e doía a cada batida do meu coração: era eu quem a estava evitando agora.

Desci as escadas até o primeiro andar e dei de cara com a assistente dela vindo na direção contrária.

— Senhorita Leclerc. – eu a cumprimentei quando passamos um pelo outro.

— Senhor Adams. – ela respondeu com olhos arregalados como se estivesse surpresa ao me ver ali. O turbilhão veio e ameaçou me submergir de novo. Eu o ignorei.

O vento frio me acertou antes mesmo que eu saísse da proteção das largas paredes de pedra do palácio. Do lado de fora comecei meu exercício com um trote calmo e fui aumentando a velocidade aos poucos até chegar ao meu ritmo preferido. Correr me fazia bem, principalmente naquele frio de fim de inverno que cortava até a alma e deixava meu corpo dormente e livre das sensações de angústia.

Não sei por quanto tempo me mantive naquele ritmo. Corri em linha reta até o limite das terras do palácio e então dei a volta no lugar. Descobri que havia uma série de caminhos que cortavam a enorme propriedade e que eram patrulhados de tempos em tempos por guardas armados. Encontrei com vários desses grupos de batedores no meu caminho, eles passaram por mim com um aceno de cabeça e isso foi tudo.

Estava no meu caminho de volta quando começou a chover forte. Puxei o casaco que usava por cima da cabeça e procurei um abrigo. Não muito longe, havia um coreto e foi para lá que corri.

Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora