Capítulo 20 • Sua Alteza, Eveline da Alpia-Ístria

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A ESCURIDÃO DA NOITE ERA como o reflexo da minha alma

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A ESCURIDÃO DA NOITE ERA como o reflexo da minha alma.

Matt disse que podíamos ir devagar, que não precisávamos nos obrigar a nada, que no fim tudo daria certo entre nós. E eu acreditava nele.

Acreditava que tínhamos uma chance verdadeira de conseguirmos ter um casamento diferente do dos meus pais, de realmente fazer funcionar e de sermos felizes juntos. Mas então, por que ainda me sentia tão errada?

Por mais que tentasse não conseguia dormir. Os lençóis pareciam cheios de areia e o teto da cama de dossel me sufocava. Estava inquieta, tensa como o ar fica antes de uma tempestade, e o motivo tinha nome. Em breve seria manhã e eu estava determinada a cumprir com minha a promessa, por mais que ele achasse que ela não tinha valor algum. Eu procuraria Logan, contaria a ele a verdade sobre Matt e explicaria tudo o que não pude antes se ele estivesse disposto a me ouvir. Depois, se ainda preferisse me odiar, aceitaria seu julgamento de bom grado, afinal nada daquilo estaria acontecendo se eu não tivesse mudado de ideia quando ele decidiu ir embora.

Se ao menos soubesse o quão complicado tudo se tornaria, talvez tivesse tido forças para deixá-lo ir. Porém, lamentar não ajudava. O que eu precisava era lidar com as consequências dos meus erros e aprender para nunca mais os repetir.

Queria ligar para casa, para meu pai, e pedir seus conselhos. Mas o que diria a ele? Que me deixei levar e me envolvi com um homem que tinha acabado de conhecer? Que quase botei tudo a perder por causa de um momento?

Ele entenderia, sei que sim. E me ajudaria. No entanto, a nota de decepção que ficaria implícita na sua voz me destruiria, ainda mais depois de ter visto no rosto de Valentina o que os dois significavam um para o outro quando ele precisou terminar com ela para se casar com minha mãe.

Meu pai não hesitou em nenhum passo que deu quando o fardo recaiu sobre seus ombros e agora, mais do que nunca, eu precisava ser forte como ele. Precisava levar aquilo adiante ou todos os sacrifícios que ele e minha mãe fizeram no passado seria em vão.

Depois de muito conversar na noite anterior, Matt e eu decidimos que o melhor seria anunciar nosso noivado em Vienna já que, para todos os efeitos, precisávamos ter a autorização da rainha para casar. Nós embarcaríamos para lá no dia seguinte ao baile de aniversário de tio Pieter e, depois de tudo ir a público, voltaríamos para a Germânia para que continuássemos a cumprir nossos papéis na corte.

Se tudo corresse bem, Matt e eu nos casaríamos dali a poucas semanas e todo aquele pesadelo ficaria no passado. Nós poderíamos nos afastar da Germânia e da Alpia-Ístria, e de toda aquela pressão que nos esmagava. Talvez fizéssemos uma viagem juntos para nos conhecer melhor. Talvez nos apaixonássemos. Talvez tudo aquilo estivesse destinado a acontecer para que nos encontrássemos e ficássemos juntos. Talvez fosse o nosso destino.

Pensar naquilo fez um calafrio tomar conta de mim. Me enrolei um pouco mais na manta que tinha trazido da cama para o sofá perto da janela onde estava sentada já a horas sem conta, encarando a noite lá fora e pensando em tudo o que tinha me levado até aquele momento.

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