Capítulo 17 • Sua Alteza, Eveline da Alpia-Ístria

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EU NÃO QUERIA IR NA abertura da exposição de arte do parlamento, mas tio Pieter me deixou sem opção ao sugerir que o acompanhasse na frente de vários dos seus conselheiros durante um almoço informal da qual participei naquela manhã

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EU NÃO QUERIA IR NA abertura da exposição de arte do parlamento, mas tio Pieter me deixou sem opção ao sugerir que o acompanhasse na frente de vários dos seus conselheiros durante um almoço informal da qual participei naquela manhã.

Quando olhava para a maioria daqueles homens via abutres, todos esperando que sua majestade desse um único passo em falso para mostrar suas verdadeiras intenções e foi por isso que confirmei minha presença sem nem ao menos pesar as consequências que aquilo teria para mim.

Politicamente, aquela era a decisão certa a se tomar. Com ela mostrávamos o quanto o rei e eu nos importávamos e nos dedicávamos um ao outro, que éramos antes de tudo uma família unida e em sintonia, além de cativar o apoio da primeira ministra, Valentina van der Boors, e de toda a sua equipe e aliados com a nossa presença no evento. Mas pessoalmente, era uma péssima ideia porque Logan estaria lá.

Quando deu duas da tarde, saí do meu quarto sabendo que o nosso encontro era iminente e inevitável. Minhas mãos tremiam com a perspectiva de ter que lidar com a presença dele e de Matt ao mesmo tempo, porém, quando olhei para baixo do alto da imponente escadaria de acesso ao átrio do palácio, apenas Logan e o rei me esperavam lá.

Logan nem sequer tentou disfarçar enquanto me observava descer as escadas. Ele me encarou, deixando bem claro que usaria qualquer oportunidade que aparecesse para ficar a sós comigo, e eu me limitei a dar um passo de cada vez.

— Você está absolutamente deslumbrante, querida. – tio Pieter disse, vindo me dar um beijo na bochecha.

A pedido dele, eu usava a tiara Alma Mater da coleção de joias de tia Aletta. A peça era simples, toda feita em ouro amarelo, sem pedrarias, imitando o padrão das folhas de louro romanas, mas tinha um significado forte para a nossa família.

Como muitos tinham sido contra o casamento do então príncipe Pieter com Aletta, a estudante de enfermagem que pagava seus estudos sendo bartender à noite, minha avó, a rainha Juliana, mandou confeccionar aquela tiara para que a nova princesa a usasse em seu casamento, a cerimônia que marcaria o início da sua vida como membro da família real.

Naquele ato soberbo e rebelde, vovó quis mostrar para todos que o amor sempre saía vitorioso e o tempo passou apenas para provar que ela estava certa. Por isso usar a Alma Mater era mais do que ter um adorno bonito nos meus cabelos. O peso dela era uma reafirmação da promessa de minha avó, de que no final o amor da minha família triunfaria, que nós nos manteríamos unidos, nos apoiaríamos e lutaríamos um ao lado do outro até que Van Basten fosse derrotado de uma vez por todas.

Nenhum de nós desistiria, mas principalmente, eu não desistiria. E foi por isso que ignorei quando Logan respeitosamente se curvou numa mesura para mim.

— Onde está Matt? – perguntei a tio Pieter evitando olhar na direção de Logan por medo do que poderia encontrar.

— Matt vai nos alcançar depois. – o rei explicou – Pedi a ele que cuidasse de uma coisa importante que apareceu ou eu mesmo não poderia participar da abertura da exposição. E já que estamos todos aqui, vamos andando ou chegaremos atrasados. – ele disse indo na direção das enormes portas de carvalho de entrada do palácio e me deixando para trás.

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