Capítulo 34 • Matthias von Löwestein

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EU HAVIA PERDIDO O CONTROLE

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EU HAVIA PERDIDO O CONTROLE.

Em câmera lenta, vi Eveline escorregar pela parede até estar completamente no chão. Ela chorava, o rosto contorcido de dor e choque, e me encarava como se eu tivesse me transformado em algo abominável bem diante de seus olhos.

Chegar no quarto dela e a encontrar na varanda, onde qualquer um com uma câmera um pouco mais avançada poderia fotografá-la de quilômetros de distância, abraçada com um alpino e envolta em um cobertor, foi a gota d'agua.

Não me importava com quem ele era ou o que fazia, nem se eram amigos ou amantes, realmente não me importava com nada daquilo. Tudo o que enxerguei quando os vi abraçados foi o escândalo que uma foto daquele momento daria, e nos estragos irreversíveis que faria na reputação já abalada da família real.

Como poderíamos convencer as pessoas que não estávamos nos casando por política depois disso?

Como faríamos todos acreditarem que fazia meses que estávamos namorando, mesmo que longe dos holofotes?

Eveline sempre soube que a única chance de sucesso que tínhamos dependia exclusivamente da nossa capacidade de fazer o país acreditar que estávamos profunda e irremediavelmente apaixonados, mas parecia que ela não dava a mínima. Para mim, era um verdadeiro milagre que sua história com Logan ainda não tivesse vazado. Na verdade, era muito mais sorte do que milagre já que a funcionária da lavanderia que a viu aos beijos com ele trabalhava a mais de trinta anos no palácio e era, acima de tudo, fiel a Pieter e a Oliver. Aquela senhora só me procurou para contar o que viu porque achou que, de alguma forma, a informação poderia ajudar nas investigações quando Logan sumiu sem deixar rastros. Sua intenção nunca foi difamar Eveline. Se fosse, a Germânia já estaria mergulhada no caos.

Engoli em seco, o sabor amargo de jogar aquela informação em cima dela mais forte do que nunca na minha boca. Eu estivera evitando Eveline desde que dei a ordem para a criação de sua guarda pessoal antes do café da manhã. Sabia que ela ficaria indignada comigo, e não tirava suas razões; no entanto, esperava que, quando estivesse mais calma, ela compreendesse que eu estava andando na corda bamba, tentando fazer o meu melhor numa situação impossível que nunca ninguém jamais estaria preparado para enfrentar.

Na noite anterior durante o baile da baronesa Böselager, o maior erro cometido foi o meu. Não por a ter deixado sozinha num lugar que aparentemente era seguro por quinze minutos, mas por ter subestimado o alcance da influência de Van Basten dentro da nobreza e o que Logan sentia por ela. Seria eternamente grato a ele por ter tirado Eveline ilesa daquele salão, mas não podia simplesmente ignorar o fato de que era ele o meu maior obstáculo. Se não fosse por Logan, eu e ela poderíamos estar bem ao invés de desgastando cada vez mais a relação que precisávamos construir.

Tremendo, levei as duas mãos aos meus cabelos e me obriguei a tomar fôlego. Nunca tinha me sentido daquela forma, tão fora de mim, tão próximo de atravessar o limite do tolerável, e odiei o que senti. Arrependido por ter me permitido chegar àquele ponto, me aproximei de Eveline com a mão estendida para ajudá-la a se levantar, mas ela se encolheu para longe.

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