Capítulo 51 • Sua Majestade, Oliver da Alpia-Ístria

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O CABELO DE DAPHNE SE espalhava pelo travesseiro

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O CABELO DE DAPHNE SE espalhava pelo travesseiro. Deitada no meio da cama, tudo o que eu via quando olhava sua silhueta provocante era perfeição.

Ela estava tão linda adormecida, o rosto livre de qualquer preocupação, que era como se estivéssemos dentro de uma das minhas fantasias.

Por vários anos, durante madrugadas insones, eu costumava fechar os olhos e me deixar viajar, me imaginando ao lado dela, a beijando e a acariciando, exatamente como eu havia feito por horas naquela noite até que ela adormecesse nos meus braços e eu pudesse adorá-la como ela merecia. A única diferença é que naqueles devaneios nós o fazíamos a vinte e sete anos atrás, quando havíamos acabado de nos casar.

Como eu fui tolo! Entrei no nosso casamento decidido a fazer o certo pelos motivos certos, mas pelos meios errados. Eu dediquei a Daphne apenas a metade de mim que ela não precisava e, depois que Eveline nasceu, a minha presença ao seu lado se tornou indubitavelmente desnecessária. É verdade que nós dois amamos nossa filha no momento em que soubemos que ela estava a caminho, mas isso nunca mudou o que seu nascimento significava. Daphne e eu havíamos cumprido nossa parte no acordo de paz e não precisávamos mais fingir nada para ninguém. E, ainda assim, era na minha cama que ela vinha dormir, era o meu nome que ela sussurrava e era a mim a quem ela se entregava todas as noites.

Já era tarde demais quando percebi que, enquanto me agarrava ao que havia vivido com Valentina, desperdiçava todos os momentos que Daphne fazia questão de compartilhar comigo. Ela nunca havia procurado em mim apenas um homem com quem produzir herdeiros. Quando vinha ao meu encontro, era à procura de um amigo, um companheiro, alguém em quem pudesse se apoiar. E tudo o que eu fui capaz de lhe oferecer foi uma cama quente e alguns instantes de prazer.

Olhando para trás, para a forma como ela havia passado a me desprezar... era tudo culpa minha. Por quase duas décadas Daphne fizera de tudo para me manter distante, mas, naquele momento, nada mais importava. Eu era o homem mais feliz do mundo.

Deitada de costas para mim, confortável com seu corpo macio colado no meu e segura nos meus braços, Daphne era minha e eu faria qualquer coisa para me tornar digno de estar na presença dela pelo resto das nossas vidas. Tudo o que precisava era uma última chance, que ela olhasse para mim e enxergasse todo o meu arrependimento por tê-la feito sofrer. Mas ela abriu os olhos e, assim que se lembrou do que havia acontecido e se deu conta de onde estava, se encolheu para longe de mim e puxou os lençóis para esconder a própria nudez.

— Que horas são? – quis saber, me olhando desconfiada como se eu tivesse me tornado um estranho.

— Quase sete. – respondi com um nó na garganta. Ela mal tinha acordado e já havia se fechado dentro de si mesma.

— Você precisa ir pro seu quarto. – ordenou, se esticando para pegar o telefone na cabeceira da cama, provavelmente para chamar Francine.

Algo sussurrava no meu ouvido que eu não podia permitir que ela me afastasse daquela vez. Sem cerimônias, segurei sua mão e a fiz a se virar para mim, impedindo-a de alcançar o aparelho. Pensei que Daphne lutaria, que me bateria e me chutaria como fizera na noite anterior, mas ela ficou quieta, permitindo que eu a guiasse até que estivéssemos novamente de frente um para o outro.

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