Capítulo 48 • Sua Alteza Real, Eveline da Alpia-Ístria

3.3K 448 54
                                    

— SE NÃO SOUBESSE MELHOR, – Stephen disse baixinho no pé do meu ouvido ao se aproximar de mim – eu também acreditaria que vocês estão apaixonados

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

— SE NÃO SOUBESSE MELHOR, – Stephen disse baixinho no pé do meu ouvido ao se aproximar de mim – eu também acreditaria que vocês estão apaixonados. Vocês dois... – ele olhou para Matt distante de nós, que conversava à vontade com um dos conselheiros de minha mãe no outro canto do salão como se nunca tivesse temido que aquele ambiente lhe fosse hostil. Ele já havia se adaptado à corte belga, e ela o adorava. – Eu espero muito que tudo isso valha a pena, Eve. Espero muito mesmo que vocês não se arrependam depois. – completou levando a taça de champanhe, sua companheira de todas as horas, à boca.

Olhei à nossa volta. Fazia dois dias que ele, os pais e Lucía haviam chegado a Vienna para participar dos eventos da oficialização do meu noivado com Matt mas nunca tínhamos tido a chance de ficarmos sozinhos. E nós precisávamos conversar. Na próxima manhã, Matt e eu viajaríamos para a Ístria, ele voltaria para a Noruécia e só tornaríamos a nos encontrar no altar da catedral de Bremen em dez dias. Eu não podia mais esperar por um momento propício. O que eu precisava dizer a Stephen teria que ser dito ali naquele salão disfarçadamente entre todas as outras trivialidades que eram trocadas pelos convidados, e teria que ser antes que alguém chegasse perto de nós de novo e o momento que lady Lumière criou quando me deixou para ir falar com o pai se perdesse.

— Como ela está? – perguntei baixinho sem me permitir sentir qualquer outra coisa que não fosse a resignação que havia imposto a mim mesma. Stephen me olhou de lado, mostrando primeiro a raiva incontida por eu ter tido a coragem de levantar o assunto e, depois de um suspiro profundo, a impotência por saber que eu era tão vítima da situação quando àquela a quem ele tentava proteger.

— Querendo assassinar seu noivo. E com certa razão. – me respondeu, indicando a taça de suco de uva que eu tinha nas mãos e a mentira por trás dela que eu propositalmente criara. Já imaginava aquilo.

— É melhor assim. – garanti a ele. Thea não sabia do atentado. Ela nem poderia. Sendo membro da casa real da Noruécia, ela não possuía autorização para saber os segredos da Germânia ou da Alpia-Ístria. Pelo menos não enquanto aqueles segredos pusessem em risco os planos que Matt e eu tanto havíamos sacrificado para fazer acontecer. – Quando tudo isso acabar. – acrescentei – Quando eu estiver mesmo esperando um bebê do Matt e... – vacilei – e se você achar que deve, conte tudo a ela. Eu lhe dou autorização.

Por longos segundos, tudo o que Stephen fez foi me observar.

— Por quê? – finalmente perguntou.

— Porque ela tem o direito de saber que ele não teve opção. – respondi, desviando meu olhar para Matt por um instante antes de voltar a encarar Stephen – Na noite antes do aniversário de tio Pieter.

Os olhos dele se arregalaram. Stephen não esperava que eu soubesse o que havia acontecido entre Matt e Thea, muito menos que fosse tratar do assunto com tanta naturalidade. Era verdade que ela e eu nunca havíamos nos dados bem, mas eu melhor do que ninguém sabia como ela estava se sentindo e queria de alguma forma ajudá-la a tornar tudo suportável. Thea também precisava seguir em frente.

Flores Que Renascem do Fogo | Flores Reais #1 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora