CAPÍTULO 12

12.1K 1.2K 437
                                    

Capítulo de quarentena na segunda feira porque eu tô de boas hoje. Espero que gostem e não esquece de votar e comentar comigo se tão gostando.

Beijos e vamos capítulo. Ah tô querendo músicas que combinem com o casal, pra colocar na história. Então deixa aqui sua indicação.

CALLYEN

Eu não havia percebido que o sol já havia nascido mesmo com a claridade cegante da cidade abaixo. Realmente, Velaris era a cidade mais linda que eu já pus os olhos, a noite a cidade brilhava tal como a lua em meio ao breu do céu noturno, mas durante o dia era como um diamante espalhando brilho com feixes de luz.

Mas eu não prestava muita atenção realmente a beleza estonteante da cidade, e sim nas palavras do Encantador de Sombras. Elas ainda martelavam em minha mente, como uma sentença.  Uma sensação fria passou por mim, enquanto eu dava meia volta em direção a casa do Vento. No topo do lugar, uma cena incomum, ou pelo visto a forma como as fêmeas apenas observavam a interação, nem tanto. Os machos estavam em um treino acirrado e pela forma como o zunido das espadas eram ouvidos, com ferocidade e brutal, não parecia um treino simples. A atenção entretanto, se voltou para mim quando eu pousei na beirada e caminhei em direção as fêmeas.

Haviam ali duas das quais eu ainda não havia conhecido, ambas de pele clara e cabelos castanhos dourados, estranhamente parecidas com Feyre. Uma com o rosto mais duro, ela aparentava ter a dureza do aço illyriano que rebatia um contra o outro na luta logo atrás, os olhos sagazes continham algo perigoso. A outra, tinha a expressão mais doce, e ao mesmo tempo distante. Como se estivesse ali ao mesmo tempo em que não estava. Então eu vi, mais uma vez algo que não queria. Um caldeirão fervilhando, a cena de ambas sendo levadas contra sua vontade para dentro; a luta em que uma das irmãs Archeron fez para não ser levada ao tormento do que estava lhe esperando. Eu vi o que ela roubou do próprio Caldeirão, eu vi o que estava a espreita por trás dos olhos azuis gelados e da postura dura a frente da outra. A outra que havia ganhado de bom grado o dom da Visão, a que através de enigmas da Mãe saberia o futuro, o presente e o passado.

— Como você... — a irmã Archeron praticamente rosna em minha direção e eu soube que ela sabia que eu vi demais. Mas como... Como ela sabia?

— Da mesma forma como você. — respondo quando o silêncio se abate sobre o grupo e até mesmo os machos lutando atrás, que agora eu percebi ser as duplas compostas por Rhys com Azriel e Cassian com um ruivo de longos cabelos presos e um olho que brilhou a luz do sol para mim.
A fêmea apenas me analisou com uma expressão de dar medo, observando de cima a baixo com uma expressão de desdém e pouco interesse. Voltando a atenção a sua irmã mais nova.

A outra irmã, apenas continuou observando o vazio a frente, não prestando atenção ou apenas pouco interessada na interação dos homens a frente ou do possível embate ao lado. Tampouco me importei com nenhuma delas afinal, meu foco aqui era recuperar uma parte da minha memória, parte essa que poderia me fazer descobrir o verdadeiro motivo de eu estar aqui. E porquê e do quê, eu estava fugindo.

A pequena monstra estava sentada em uma das espreguiçadeiras, limpando as unhas com uma lâmina branca, pontuda que, mesmo a distância reparei ser uma faca de osso. Impedi o tremor de passar por minha coluna a medida que eu me aproximava de Amren. Se ela percebeu minha aproximação tampouco demonstrou, o que não sabia se considerava algo bom ou não. Mesmo que eu tenha formado a ideia de falar com ela e pedir por sua ajuda — da mesma forma que pensará em solicitar a ajuda do Grão Senhor — eu não sabia como exatamente fazer isso. Além do mais, se as história sobre a guerra contra o Rei de Hybern fossem verdadeiras, o que em momento algum eu duvidara que não fossem, Amren não era mais o monstro das histórias que perpétuavam ao seu respeito.

Príncipe das SombrasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora