CAPITULO 56

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AZRIEL
🦇

Uma sensação estranha se apossou de mim quando eu percebi o olhar que o maldito macho lançou a Cally no salão de reuniões. Como se ela tivesse descoberto um de seus malditos segredos e que ele compartilharia isso com ela. A sensação afundou um pouco mais quando a maldita fêmea não me disse a respeito de que era, fosse o que fosse. Embora eu soubesse que não tivesse haver com Morrigan de qualquer forma. E não, não era esse o motivo de minha irritação no momento, Morrigan já não me importava tanto quanto eu achei que faria, era a forma como o desgraçado agiu em torno da minha fêmea depois disso, ainda mais cauteloso no inferno.

Helion seguiu numa conversa um tanto quanto animada a frente, Cassian e Mor ao seu lado, seguidos por Rhys e Feyre e Callyen e eu por último. Os corredores dourados ornados com tapetes vermelhos e laranjas com pequenas filigranas de ouro cintilando a luz cálida do entardecer. Havíamos ficado metade do dia dentro da maldita sala de reuniões da Diurna e não havíamos chegado a uma merda de consenso, mesmo que todos soubéssemos a iminência da guerra. Enquanto eles, todos, repensavam politicamente nós termos de guerra, o inimigo estava marchando para suas terras nesse exato momento.

Helion nos guiou através do longo corredor para a escada que levava aos quartos da ala oeste, a mesma ala onde ele nos alocou em nossa última visita. Todos estavam inquietos, deveras a possível recusa na participação na guerra eminente contra o herdeiro de Hybern, visto que muitos acreditavam que as motivações de Ykner fosse possuir Cally novamente.

Infelizmente, eles não estavam de todo errados. Nós também sabíamos que Ykner moveria essa guerra não apenas pelas convicções territoriais ou apenas para vingar seu pai e a sua queda, isso era uma grande faria das suas motivações, mas a forma como ele olhava para a fêmea, como se ela fosse a porra de um objeto de condução de Poder ao qual lhe pertencia. E o macho demonstrou que não desistiria para ter isso de volta. Estranhamente, Rhysand não opinou muito durante a reunião, talvez fosse válido deixar que Callyen redigisse seu discurso, mas, e se os malditos egoístas se fechassem em suas próprias Cortes ao invés de se juntarem ao bem maior? Poderíamos lidar com uma porcentagem do meio, ainda que esperassemos pelo ataque, nossos exércitos não lhe dariam conta, uma vez que eu duvidava que Keir cedesse os Precursores novamente.

- Você está divagando demais a respeito disso. - a voz clara e cristalina soa através dos meus pensamentos, tão clara como se ela de fato tivesse dito em voz alta. O movimento de sua boca num sorriso amargo, demostrou que ela disse.

- É o meu trabalho. - digo observando-a suspirar quando se aproxima de onde eu estava, perto da janela de peitoral observando o sol se pondo e pintando os telhados de pedra do sol da cidade abaixo de dourado incandescente. Callyen sorri, quando eu falo isso.

- Achei que esse fosse o trabalho de Cassian. - ela zomba.

- Deixamos que ele pense que sim. - digo alto o suficiente para que gargalhadas fossem ouvidas dentro da ante sala dos quartos.

- Ei, não me ofenda dessa maneira irmão! - Cassian resmunga enquanto engole o líquido de uma taça que foi posta em sua mão por Hélion. O Grão Senhor havia voltado depois de instalar os que desejaram permanecer em seu palácio em suas devidas alas, e agora, estava sentado entre Cassian e Morrigan observando, principalmente a fêmea ao meu lado.

De alguma forma as palavras dele a respeito aos símbolos entalhados na pele dela, ainda criaram sua curiosidade.

- Sua cidade é linda, Grão Senhor. - Callyen diz, virando o corpo para poder observar e sustentar o olhar do macho que lhe sorri, mas diminui o sorriso quando eu direciono meu olhar para ele também.

Príncipe das SombrasWhere stories live. Discover now