CAPÍTULO 37

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Eu quero esconder a verdade
Eu quero proteger você
Mas com a fera dentro
Não há onde nos escondermos
...
Quando você sentir o meu calor
Olhe nos meus olhos
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem
Não se aproxime muito
É escuro aqui dentro
É onde meus demônios se escondem
(demons - imagine dragons chover)

CALLYEN

Ainda tentava respirar corretamente depois dos efeitos que a boca de Azriel ainda faziam em mim. Nesse momento, eu não queria ter me levantando de seu colo, não queria ter que abandonar o calor de seu toque, ou o gosto de seus lábios. Mas era preciso... e eu entendia.

— Me conte seus demônios Azriel... só não fuja quando eu lhe contar os meus. — eu disse depois de sentar sobre a mesa, ele permaneceu sentado na cadeira, seus olhos passaram por mim novamente, dessa vez mais endurecidos que o mel derretido que eles eram quando me encarou enquanto eu estava presa contra seu corpo e a parede.

Azriel inspirou algumas respirações, o semblante mudando para um tom mais sombrio a mesa que ele puxava o ar pelo nariz e soltava pela boca. Ele era tão bonito, mesmo que nesse momento ele parecesse... Tão triste.

— Você nem imagina o quanto eu desejei isso. O quanto eu implorei a Mãe acima, para que ela me abençoasse... ao mesmo tempo que eu implorava para que isso nunca acontecesse. Durante todos esses séculos que se seguiram e eu observava tudo ao meu redor... Eu vi coisas que me fizeram desejar ter isso, alguém com quem eu pudesse dividir parte da minha alma pelo resto da eternidade que pudesse se seguir... eu quis isso, eu desejei, eu... orei ao inferno do Caldeirão para que a única fêmea que eu desejei nos últimos 500 anos reparasse em mim.

Tentei engolir o nó que estava se formando em minha garganta enquanto eu o ouvia. Eu sabia sobre quem ele falava sem nem mesmo que ele falasse seu nome... Morrigan. Eu via a forma como ele a olhava, como se pudesse ele a colocaria num pedestal e seria seu guarda pessoal sobre qualquer um que ousasse olhar para ela, ou simplesmente se aproximar dela. Era quase... doloroso ouvi-lo falar dessa forma... mas quem sou nesse momento para me sentir dessa forma?

— Não me entenda mal, por favor. — ele diz me olhando, e eu engulo o nó, ou tento, em minha garganta. — Eu só.. não sei exatamente como podemos fazer isso... e não é pelo sentimentos que eu achei cogitar ter em relação a Morrigan, é sobre tudo o que eu desejei e não tive.

"Porque eu nunca fui de receber bênçãos, ou coisas boas sem que antes eu fosse cobrado por isso. As coisas nunca vieram fácies, nada e... eu sempre lutei para receber bênçãos. — ele respira e prende o ar por alguns segundos antes de continuar.

"Minha mãe era a real parceira de meu pai. E eu tendo a acreditar que era por isso que minha madastra me odiava. Meu pai era um dos senhores de guerra do pai de Rhysand, sucessor de um na verdade, e já estava próximo de ocupar seu lugar na hierarquia dos grandes senhores Illyrianos e su parceira ainda não havia sido encontrada. Então meu avô decidiu criar laços e o uniu a filha de um outro senhor. Foram três anos de um casamento feliz, ele engravidou duas vezes dos meus meio irmãos. Até que depois desses anos ele veio ao refúgio do vento e a encontrou. Sua parceira, uma das curandeiras do acampamento. Ele soube quando a viu, que ela era seu laço... ele a quis, mas não podia colocar em risco a reputação ou os laços que conseguiu pelo acordo de casamento, mas um laço de parceria não é algo que um macho consiga ignorar por muito tempo. Em algum momento ele a convenceu, e o laço foi firmado, pouco tempo depois, ela estava grávida. O fruto da firmação do laço de parceria, mas... acho que meu pai não gostou muito... Principalmente quando minha mãe descobriu que ele era casado e já tinha uma família com sua esposa. Ela renegou o laço, renegou meu pai, mas sei que ela não renegou o fruto dessa união.

Príncipe das SombrasWhere stories live. Discover now