CAPÍTULO 39

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RHYSAND
🦇

Rhysand não conseguia retirar de sua mente as coisas horríveis que havia testemunhado na mente de Callyen, não por ele, mesmo que algumas vezes ele tenha se arrependido de olhar tão profundamente o abismo que alguns momentos, o fizeram relembrar de todo o sofrimento que testemunhada em Sob a Montanha. Se Amarantha transfomou-se no monstro que prenderá toda a Prythian durante aqueles longos anos, o que não poderia ter sido com a fêmea que agora eles abrigavam? Ele se recorda, do que fizera Feyre se recordar ao transpassar as imagens para sua fêmea, seu amor, sua parceira... Talvez, os sentimentos ruins que ela tanto demorou para enterrar no abismo mais profundo de sua mente ao longos desses anos, que ele sabia que ela reviveu ao olhar para as atrocidades que Callyen sofrera por anos antes.

Rhysand também viu o quanto a fêmea aguardou, orou até a qualquer deus que a pudesse ouvir por salvação. Talvez tenha sido por isso que a identificou, não por ela ter protegido seu povo ao lado de seu irmão, além disso, quando ele viu que, mesmo em sua escuridão, a fêmea ainda sonhava. E o que era sua Corte se não composta por sonhadores? Três bastardos esquecidos, uma humana desfeita e feita, um monstro preso num pequeno corpo, uma rosa nascida na putridão de uma corte ruim? Era por isso, o principal motivo pelo qual Rhysand havia permitido Callyen entre os seus. Porque ela sempre sonhou em se livrar das garras do destino. Mesmo que, agora, eles estivesses mais perto de uma guerra que anos antes, mais uma vez.

E mais uma vez ele sabia o quão ruim pode ser uma guerra pode ser. E se houvesse alguma possibilidade de evitar, ele e todos sabiam que seria evitada. Mesmo que ele também soubesse que não era possível. Não quando ele vira na mente da fêmea o quão sádico o filho de Hybern poderia ser, ainda mais que seu pai, não havia meios de impedir antes mesmo de começar.

- No que tanto você está pensando? - a voz de Feyre, soa alto, e ele não percebe que estava tão imerso em seus próprios pensamentos até que ela chamou sua atenção quando parou de pintar, sentada em seu cavalete de frente para a janela de vidro que dava para o jardim do solar na cidade.

Um sorriso despontou em seus lábios e fez a mente de Rhysand passar a outra questão.

- Em você, nua, encima de mim. O que acha Feyre, querida? - ele diz totalmente presunçoso, vendo e apreciando a forma como a pele de seu pescoço toma um tom de vermelho incandescente enquanto sua parceira morde a ponta do lábio entre os dentes. Um rosnado ecoa retumbando de seu peito.

Rhysand observa quando Feyre deixa a tábua de tintas em um dos cantos e caminha para ele, sentando-se em seu colo, de frente para ele, fazendo o vestido mal cobrir suas pernas quando ela faz o movimento para sentar-se diretamente sobre sua parte sedenta por toque. Pelo toque dela. Feyre tinha uma mancha de tinta azul no contorno de sua bochecha, ela sempre tinha e era uma das coisas que Rhysand amava sobre ela.

Ele aproveita da posição para passar uma das mãos pelo seu rosto, inclinando a cabeça de sua parceira, sua fêmea o bastante para que ele pudesse inalar a pele exposta. A fêmea geme, movendo-se mais duramente contra ele, mesmo que ela se afastar de forma seria para olha-lo.

Feyre não precisava estar em sua mente para que soubesse que algo o deixava aflito, ou quando ele pensava demais sobre determinado assunto. Esse, era um dos momentos.

- Sério Rhys, o que tanto te preocupa? - a fêmea questiona, os olhos azulados, lindos, demonstrando preocupação, bem como a pequena marquinha entre suas sobrancelhas quando ela as unia de uma forma que ele achava fofa.

Rhysand suspira antes de falar.

- Rumores da guerra sempre preocupam, Feyre.. independente de quantas vezes venha a acontecer, nunca nos acostumamos.

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