Príncipe das Sombras

CAPÍTULO 24

AZRIEL
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Ela se calou e nenhum de nos moveu um músculo depois disso. Ao meu lado eu podia sentir que, mesmo com o silêncio Rhysand mantinha um olho na mente de Callyen procurando por um descuido em suas palavras não remetesse verdade. Entretanto, eu soube que não havia mentiras em suas palavras.

Cassian também a observava, e eu podia sentir no olhar do general que ele a analisava, procurando uma falha nas palavras, ao meu lado, entre Cassian e eu Morrigan estava congelada no lugar, ao ouvir a história que tanto se assemelha a a dela própria. Vendinda pelo próprio pai apenas por ser fêmea e poderosa. Amren e Elain não se moveram, mas eu podia ver que a última fêmea, delicada como uma pétala das rosas que cultivava e doce como mais puro mel estava segurando as lágrimas. A única que expôs uma reação, devido ao som rosnado saindo de sua boca fora Nestha, ao ouvir a menção do Rei de Hybern.

O que levou ao fato de que Callyen disse que o Rei de Hybern tinha um herdeiro, o Senhor que Valissa mencionou antes de atacar, Ykner. Novamente as sombras ao meu redor se agitaram. Era visto o sofrimento que a fêmea havia passado, dava pra ver em seu semblante e ouvir em suas palavras.

- Como minha esposa disse, Callyen... Você defendeu Velaris, defendeu nosso povo. E qualquer um que lute por isso, é de nossa confiança. - Rhysand diz ao lado de Feyre que concorda.

- Como diabos vocês podem falar isso?! Ela é da mesma corja deles... - Nestha rosna de onde estava, dando um passo adiante em direção a cama, entretanto percebo quando Cassian a segura pelo pulso.

- Não me compare, aquela corja maldita, Nestha Archeron. - Callyen sibila de volta, não abaixando o semblante para acusação nítida no tom de voz de Nestha.

- Por culpa dos desgraçados de seus senhores eu me tornei... Vocês destruíram tudo o que eu tinha.

Nestha podia ser odiosa quando desejava, o que era praticamente a todo tempo e mesmo que eu, e todos, entendessemos seus motivos, ainda assim eu não a suportava mais que o necessário. Todos nós aprendemos com a guerra, porque visivelmente era assim que ela era, a guerra ensinava e a dor, ainda mais. Morrigan com o abandono pela sua família; Amren com o fardo de ser um monstro enjaulado numa terra que nunca fora seu lar realmente; Cassian sendo considerado o bastado indigno; Rhysand sofrera com a perda da mãe e irmã amadas e depois, o fardo de ter servido como vadia de Amarantha durante 49 anos, visto e vivido a quase perda de sua parceira. Até mesmo a doce Elain, pegará toda a dor e sofrimento e transformou num belo jardim na casa da Cidade. Mas Nestha, Nestha apenas engoliu seu ódio, raiva e desespero em algo para dentro de si próprio, transformando-se em alguém que realmente era auto destrutiva e que a qualquer momento, poderia entrar em combustão, destruindo não somente a si, mas a qualquer um que estivesse próximo a ela.

- Eu não pertenço aquele lugar. Nunca pertenci, da mesma forma como você não pertence a esse, Nestha. - Callyen diz e eu vejo algo brilhando em seus olhos escuros.

- Você também não pertence aqui.

- Entretanto, não cabe a você decidir isso, Nestha. - Feyre cortou a irmã que lhe lançou um olhar de ódio fervoroso, ao qual foi perfeitamente ignorado.

- Entenderei, caso decidam que eu não permaneça em sua Corte, Grão Senhor. Entretanto, posso garantir que não tenho nada haver com Hybern além do que me foi infligido durante os últimos séculos.

- Eu vi que não, Callyen. Estive em sua mente todo o tempo que nos contou sua história, e não vimos mentiras em suas palavras.

- Sinto muito. - Feyre sussurra para ela, seja lá o que minha Senhora tenha visto dentro do domo protegido da mente de Callyen, demonstrou que se podia confiar nela.