CAPITULO 46

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Estou acordando
Eu sinto isso em meus ossos
O suficiente para fazer meu sistema explodir
Bem-vindo à nova era, à nova era
(radioactive - imagine dragons)

AZRIEL
🦇

Eu soube que me vida estava se esvaindo, quando eu mergulhei na escuridão novamente. Não aquele mesmo escuro com o qual eu estava tão acostumado, as sombras não estavam sussurrando a minha volta, eu não as sentia em meu torno, eu não sentia o calor de sua presença, nem ouvia seus murmúrios em meus ouvidos. Eu sabia que não era a mesma escuridão quando o pequeno fio brilhante a minha frente apareceu, brilhando cálido, desaparecendo no breu infinito a cada segundo que a escuridão ia aumentando, ainda assim eu me segurei aquele pequeno brilho fervendo e brilhando em algum canto escuro da minha mente, torcendo e pedindo para que ele fosse forte o bastante para me alavancar de volta para cima, para a superfície acima do escuro.

O laço me segurou, permanecendo firme enquanto eu enrolava como uma corda ao redor da minha mão e me puxava de volta, seguindo o fio para encontrar onde ele ia. Eu sabia até onde ele levava, e era para lá que eu queria ir, mesmo que de alguma forma ele estivesse se enrolando em dor e agonia nesse momento, eu continuo seguindo para o outro lado, me puxando em direção a outra ponta.

Abro meu olhos no momento que penso ter chegado a outra ponta do laço, demoro alguns segundos para reconhecer onde eu estava, e como e porque eu estava aqui, deitado nessa cama, as ataduras firmemente amarradas ao redor do meu peito. Uma cabeça loira estava pendida para baixo, e o corpo de Mor estava deitado numa cadeira de forma desconfortável. Estranhamente, não era ela quem eu esperei estar aqui, aguardando por mim. E era uma sensação estranha, porque eu desejei que ela me aguardasse dessa forma, mas agora, olhando-a daquela maneira, eu entendi que eu não poderia ser o que ela desejava, e o mais importante, ela não era mais o que desejei. Em momento eu me questionei porque eu a desejei. Se foi a sensação de proteção quando eu a encontrei rechaçada por sua família no acampamento, uma fêmea linda, deslocada naquele lugar... Por ela não ter me tratado como todo o resto, por ela ser boa para mim... Eu quis cuida-la, e me recordo o quanto senti por ela não me escolher... Agora, de alguma forma, eu me sentia aliviado, agradecido por não ter sido seu de qualquer forma.

Eu me movi sobre o colchão, meu peito queimou com o movimento e eu não consegui evitar o suspiro de dor de passar por meus dentes quando o fiz. Rapidamente Mor se ergueu em minha direção, mas eu a ignorei prontamente quando eu finalmente ouvi, as sombras se agitaram quando elas ouviram o rugido de dor conhecido do lado de fora, como se alguém a estivesse rasgando de fora para dentro.

— Azriel você não pode.. — eu ignorei o aviso de Morrigan quando eu me levantei atento ao grito de dor e caminhei por ela. Ela tentou me impedir, mas parou quando, talvez, observou meu olhar. Ela não tentaria, não quando as sombras se agitaram ferozmente a cada maldito grito que se erguia cortando o silêncio. Eu corri para baixo, não parando quando observo pela visão periférica Amren, Feyre e até mesmo Mor atrás de mim quando eu chutei para fora.

Eu os mataria.

Não me importa se os desgraçados fossem meus irmãos, que eles tenham me protegido eu os mataria apenas pela dor que eles estavam infligindo a ela naquele momento. Callyen estava envolta em um casulo de poder invisível, curvada em seus joelhos no chão, as garras projetadas enquanto as gavinhas negras de caos se debatiam contra as paredes invisíveis,   enquanto Cassian mantinha a ponta de sua espada curta em brasa fervente na pele em suas costas, exatamente onde as malditas runas de controle estavam cravadas.

Eu avancei, enxergando negro quando passei pelos carvalhos em direção a eles, antes que pudesse chegar perto o bastante para cortar o pescoço de Cassian uma mão se perdeu firme em meu braço. Segurei o punho de Rhysand, não me importando que ele fosse meu superior, meu senhor ou meu irmão, fechei a outra mão desferindo um soco que acertou o lado de seu corpo. Rhysand solta meu braço por um momento, mas volta a tentar me prender impedindo que eu avance sobre Cassian, o ataco novamente, levando meu cotovelo as costelas em seu lado direito, ele defende, mas eu giro novamente deixando um chute no lado oposto. Eu não me importo com a dor que o movimento causa, nem que Rhys estivesse tentando não me machucar. Eu quero machuca-lo, eu quero principalmente machucar Cassian. Lanço uma nuvem de sombras sobre Rhysand, mas ele a dispensa com um mover de dedos, eu estava irracional, e ele se aproveitou do movimento de um murro em seu rosto para se abaixar sobre meu braço, passando por baixo e fechou meu braço as minhas costas num aperto firme. Eu rosnei, não para ele me manter preso, nem pela dor, mas pela frustração de bater a merda para fora de Cassian primeiramente.

Príncipe das SombrasWhere stories live. Discover now