𝟎𝟐 | 𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐄 𝐉𝐀𝐍𝐄𝐈𝐑𝐎

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VIRO O RESTANTE DA GARRAFA DE VODKA NA GARGANTA enquanto balanço o corpo de um lado para o outro seguindo o ritmo da música

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VIRO O RESTANTE DA GARRAFA DE VODKA NA GARGANTA enquanto balanço o corpo de um lado para o outro seguindo o ritmo da música. Era um funk pesado e um dos meus favoritos no momento.

Coloco a garrafa vazia no balcão onde estou apoiada, aponto um dedo pra cima e grito:

— Diz que vem atrás de mim. O boceta desgraçada! — Começo a balançar os braços pra cima e pra baixo enquanto os ombros os acompanha e continuo cantando. — Se eu 'tô na Alemanha ela quer pirocada. Se eu 'tô no Egito, ela quer pirocada. 'Tô em Barcelona, ela quer pirocada. Ô boceta desgraçada!

Essa música tinha uma batida tão viciante que sem eu nem perceber eu estava com a bunda empinada rebolando como se eu estivesse na minha casa.

Cadê a minha pouca vergonha, meu Pai Eterno? Deve ser o efeito do álcool dando as caras.

Paro de dançar quando começa a tocar uma parte da música que eu não conhecia.

— Essa parte é nova — digo a ninguém em específico já que eu estava sozinha.

As meninas, as namoradas e ficantes dos caras que vieram com a gente, me abandonaram faz um tempo já. Todas levando seus boyzinhos pra qualquer lugar da boate para dar uma boa...

Não me permito completar o pensamento. Deus me livre ficar pensando no que os caras estão fazendo com as meninas agora. Deve estar rolando a maior orgia. Sou crente e não curto essas coisas.

Dou risada do meu próprio pensamento. Jesus deve estar rindo junto comigo. Me olhando lá de cima e comentando com seus parças, os anjos: essa menina quer falar que é crente, mas as veias estão cheias de álcool e ela está no ambiente mais propício a cometer pecados.

Então eu devia estar fazendo algo tão sujo quanto, não?

Cadê o Piquerez? 'Tô de olho nele desde o aeroporto. Não me lembro se ele veio sozinho ou não. Do jeito que estou nem me importo de fazer algo a três.

Bom, de qualquer forma, ele não olharia pra mim.

Não hoje, pelo menos.

Por culpa do filho da puta do Scarpa, eu mal pude me vestir adequadamente. Coloquei uma blusa do palmeiras, escolhendo a do meu pai que estava no meu guarda-roupa, infelizmente. Vesti um shorts justinho. Um tênis branco qualquer e uma boa maquiagem, já que isso eu consegui fazer durante o voo, na cara.

Não estou feia, afinal não sou feia.

Mas quem escolheria uma palmeirense, na festa do Flamengo pra constar, comparada a todas as mulheres de vestido curto e salto alto e que são gostosas pra um caralho?

Pois bem. Vou ter que desfrutar da minha própria companhia ou me aventurar em buscar o Piquerez, tentar a sorte.

Eu o queria, mas quem aparece na minha frente, para minha total infelicidade, é outro loiro. Um que eu preferia esquecer que existe.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now