𝟑𝟎 | 𝐒𝐄 𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍𝐈𝐙𝐄

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QUE VONTADE DE esganar o Lucas! Puta que pariu!

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QUE VONTADE DE esganar o Lucas! Puta que pariu!

Cheguei do hospital agora e deve ser o que? Sete horas da manhã? Aí que ódio. Eu estou muito cansada. Quero deitar na minha cama e dormir como se não houvesse amanhã. Mas não posso fazer isso. Não quando sou adulta e tenho uma vida pra organizar.

Veiga deita meu irmão no meu sofá onde ele precisa se acomodar para parar de gemer de dor. Está todo enfaixado e vai ter que tomar uns medicamentos fortes até se recuperar 100% o que eu acho que vai demorar longas semanas cansativas.

— Vê se dorme — bufa Veiga, esticando as costas e se virando pra mim. Seu olhar está fundo e vermelho, ele deve estar exausto, ficou a noite toda do meu lado. — Como que a gente vai fazer agora, Lu?

— Vou... — passo a mão pela testa e pisco algumas vezes para afastar a dor. Estou com dor de cabeça, dor nas costas, sono e vontade de cometer um crime de ódio. — Vou deixar o Lucas com a chave do meu apartamento. Mas não vou poder ficar com ele hoje. Preciso voltar pro Rio.

— Descansa primeiro — Veiga toca em meu braço, notando meu cansaço.

— Não posso — pressiono os lábios. — Tenho que voltar pro Rio pra pelo menos avisar minha chefe que vou ter que ficar afastada por um tempo até resolver esse problema do Lucas.

— Não pode mandar uma mensagem?

— Até posso — faço uma careta de dor e caminho até a cozinha, Veiga me seguindo, só para pegar um dorflex na minha caixinha de remédios. — Mas vou ficar afastada, né? Não posso mandar uma simples mensagem e pronto.

— É — ele assente, concordando com o que eu digo. 

— Quer um? — Estendo a cartela de comprimidos na direção de Veiga.

— 'Tô de boa. Que horas é seu voo?

— Agora — respiro fundo, verificando as horas no meu celular e vendo que já perdi o voo. — Vou ter que comprar outra passagem e torcer pra que eu chegue no Rio antes das 10hs.

— Eu te levo lá.

— Valeu.

Saio da cozinha só para pegar as minhas coisas e me preparar para partir, queria ter tomado um banho primeiro, mas não vou ter tempo pra isso.

— Quando você volta?

— Provavelmente amanhã — pego minha bolsa e viro na direção de Veiga só para lhe dar um recado. — Então vou precisar que você olhe o Lucas pra mim. Vai saber se o desgraçado morre, né?

Veiga abafa uma risada e concorda sem reclamar.

— Lucas? — o chamo e o garoto arregala os olhos em choque. — Vou ter que voltar pro Rio. Mas eu volto amanhã. Tente ficar vivo.

— E a mamãe? Ela vai me procurar mais cedo ou mais tarde.

— Inventa uma desculpa, porra — dou de ombros, impaciente. Já fiz demais por esse garoto. Não posso resolver todos os problemas. — Você vive dando perdido. Fala que 'tá na casa de alguma namorada.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now