━━━━━ ❝'Cê vai ligar fingindo que não
aconteceu nada.❞
𝐋𝐔𝐀𝐍𝐍𝐀 𝐒𝐂𝐀𝐑𝐏𝐀 é a irmã mais nova do Gustavo Scarpa, o meio-campista do Palmeiras, e é a garota mais azarada de todo o universo, daquelas que não consegue...
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GABRIEL
FOI CULPA MINHA.
Eu pedi pra que ela fosse pro jogo, mesmo sabendo que era um mata-mata fodido que sempre tem confusão e brigas. Eu insisti para que ela fosse porque ela é minha família e queria que estivesse presente me vendo classificar meu time para as quartas de final.
E agora... agora ela está no hospital.
E meus filhos tiveram que nascer antes da hora por causa de uma maldita confusão que podia ser muito bem evitada se a Luanna tivesse ficado em casa como ela tanto queria.
Eu não devia ter insistido.
Eu não devia ter nem pedido.
Eu devia ter mantido-a segura em casa.
E... não adianta ficar me remoendo disso. Muito menos ficar pensando no que devia ou não ter acontecido. Isso não vai mudar. E muito menos vai tirar a Luanna desse hospital.
Meus filhos nasceram e estão lá em cima na UTI, isso não vai mudar.
Eu tenho que parar de me torturar pensando no pior quando nada que passar aqui dentro da minha cabeça vai fazer alguma diferença no mundo real.
E voltando a realidade, eu ainda não tive a chance de conhecer meus filhos. Ainda está muito cedo para isso.
Os bebês são considerados prematuros e não muito prematuros, risco de vida, porque nasceram antes das 37º semana. Assim que nasceram foram direto pra UTI. Estão na incubadora. E por isso não pude conhecê-los ainda. Mas acredito, e tenho esperança disso, que estão muito bem saudáveis lá em cima.
Luanna está aqui do meu lado, capotada.
Depois da cirurgia, fizeram o que tinham que fazer com ela e a deixaram descansar no quarto. É isso que ela está fazendo agora. Descansando finalmente depois de uma madrugada cheia de dor, medo e preocupação.
A vejo dormir mais um pouquinho antes de dar um beijo em sua testa e me levantar.
Vou aproveitar que a Luanna está dormindo para poder falar com as pessoas que vieram até aqui saber sobre a gente.
Encontro meus pais na sala de espera ao lado. Eles ficam em pé assim que me vê e minha mãe é a primeira a vir direto em minha direção.
— Oi, filho! — Minha mãe me abraça imediatamente assim que me vê. Meu coração se aperta tanto que uma lágrima escorre sem esforço algum pela minha bochecha. Demonstração de afeto era tudo que eu queria para conseguir desabar. — Não fica assim, Bi. Vai ficar tudo bem. Tudo bem. Deus 'tá no controle. — Ela me solta só para conseguir segurar meu rosto e falar olhando em meus olhos enquanto usa seus polegares para secar minhas lágrimas. — Deus 'tá cuidando da sua família, meu filho. Já já você vai conhecer seus bebês e vocês vão sair daqui. Você acredita nisso?
