𝟔𝟗 | 𝐑𝐄𝐒𝐎𝐋𝐕𝐈𝐃𝐎

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DESLIGO O TELEFONE e por um momento bem longo eu suspiro aliviado, passando a mão pela testa e pelo cabelo e me sentindo em paz, mesmo que não seja uma paz duradoura pois tudo pode acontecer com essa justiça merda do nosso país

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DESLIGO O TELEFONE e por um momento bem longo eu suspiro aliviado, passando a mão pela testa e pelo cabelo e me sentindo em paz, mesmo que não seja uma paz duradoura pois tudo pode acontecer com essa justiça merda do nosso país. Mas, pelo menos, aqueles filhos da puta que fizeram mal a minha mulher finalmente foram presos. Ou melhor, estão detidos.

Minha esperança é que apodreçam na prisão, só que não sou eu quem decido isso. O que posso fazer é esperar que o fim deles seja como quero e que o julgamento seja o mais rápido possível.

Enquanto isso não acontece...

Porque merdas horríveis podem acontecer de uma hora pra outra como foi com a Luanna naquele dia do jogo, agora resolver o problema é preciso toda uma burocracia. Vai tomar no cu.

Mas, como eu estava falando, enquanto a justiça leva seu tempo para ser realizada, eu tenho que viver minha vida e hoje é um dia especial pois iremos viajar.

Subo as escadas de casa para me encontrar com o restante da minha família. Preciso terminar de arrumar as coisas e preciso contar as novidades a Luanna.

A porta do meu quarto está aberta e uma melodia suave me chama a atenção, me fazendo entrar de fininho para não atrapalhar aquele adorável canto:

And when you smile, the whole world stops and stares for a while.

"E quando você sorri, o mundo inteiro para e fica olhando por um tempo..."

Luanna está em pé, cantando uma música do Bruno Mars enquanto balança o corpo de um lado para o outro, aninhando nossa filha em seu colo para que durma em paz.

'Cause, girl, you're amazing. Just the way you are.

"Porque, garota, você é incrível. Do jeito que você é."

Eu sempre fico emocionado com a voz da Luanna e com a forma afinada que canta qualquer tipo de música que pedir para ela cantar. Mas ouvi-la cantando essa música para nossa filha é demais para meu coraçãozinho sensível.

É lindo. Emocionante.

Luanna se aproxima do bercinho e coloca uma Luna agora adormecida em sua caminha, depois ela deposita um beijo na testa da filha, arruma a postura e solta um suspiro clássico de alivio por conseguir fazê-la dormir.

Logo em seguida ela se vira e me encara plantado ali na porta, completamente paralisado com a cena maravilhosa.

— 'Tá aí a quanto tempo, amor? — Ela me pergunta, carinhosa e sorridente. Nunca vou me cansar dessa versão da Luanna. Mãe e feliz.

— Acabei de chegar — informo saindo dali e me aproximando delas. Ou melhor, deles, pois Ravi está ali também, dormindo juntinho de sua irmã. — Mas ouvi a música.

— É, ela gosta de me ouvir cantar antes de dormir.

— Quem não gosta, né, preta?

Luanna sorri sem graça e desvia o olhar de mim para encarar o chão. Engraçado pensar que estamos praticamente casados, com dois filhos e ainda conseguimos deixar o outro com vergonha por causa de um simples elogio.

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