𝟎𝟒 | 𝐌𝐀𝐒 𝐐𝐔𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐑𝐀

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TEM ALGUÉM BATENDO NA MINHA CABEÇA

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TEM ALGUÉM BATENDO NA MINHA CABEÇA. E COM UM MARTELO TIPO aqueles bem pesados que tem na casa de 'vô. É horrível. É ensurdecedor.

Ai, Jesus. Que ressaca do cacete.

Mesmo o mais suave dos gemidos que escapa dos meus lábios é o bastante para produzir uma agonia intensa nas minhas têmporas. E me ajeitar na cama causa uma onda de náusea que aperta minha garganta e faz meus olhos lacrimejarem.

Controlo a respiração. Inspiro. Expiro.

Só preciso segurar o mal-estar por tempo o suficiente para chegar ao banheiro e não vomitar nos lençóis limpos de...

Puta merda onde eu estou?

Não estou na cama do hotel que deixei minhas malas antes de ir pra boate na noite passada. Essa percepção me acerta em cheio no exato instante em que registro o som de alguém respirando. E não são os suspiros de "eu bebi demais" que saem da minha boca, mas o barulho suave e regular do cara ressoando ao meu lado.

Dessa vez, quando gemo, o som vem do fundo da minha alma. As memórias surgem nitidamente em minha mente como a porra de uma maldição prestes a me assombrar para o resto da vida.

A briga com o Veiga. Os copos de cerveja. A maconha na varanda. O... resto.

Eu transei com o Gabigol na noite passada.

Duas vezes.

Meu coração dispara enquanto olho para o teto. Estou num quarto de hotel caro pois, acreditem, eu aceitei a oferta de uma foda sem beijos mesmo que os beijos tenham acontecido antes e durante a foda. Deixei que o Gabigol me conduzisse até seu carro e depois até um hotel e depois... até o maldito quarto de hotel. Tem um pacote aberto de camisinha na cabeceira da cama. E... sim, estou nua.

Talvez tenha sido só um pesadelo, me assegura a voz em minha cabeça. A voz de Jesus, eu espero e rezo pra que seja. 

Inspiro fundo de novo e reúno coragem para virar a cabeça.

O que vejo me faz perder o fôlego mais uma vez. Um Gabigol bastante nu, deitado de bruços. Seu corpo totalmente tatuado exposto o que me faz salivar. Sua bunda parece zombar de mim, e não só pela perfeição e nem pelos desenhos que, por incrível que pareça, também tem ali, mas por causa dos arranhões vermelhos nas nádegas musculosas. Foram as minhas unhas que deixaram aqueles arranhões.

Eu me lembro de como me senti ao ver seu corpo totalmente desenhado. Fui dominada pela luxúria e pelo álcool no meu sangue. Tocar não era suficiente, eu precisei afundar minhas unhas nele, principalmente enquanto... enquanto metia dentro de mim. Meu Deus, isso aconteceu mesmo? 

Meu cérebro de repente jorra informações, uma atrás da outra. Lembranças surgindo como flashbacks doentios que não tem fim. Sei como Gabigol é quando está pelado. Sei como é tê-lo dentro de mim. Sei os sons que faz quando está gozando. Sei coisas demais.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now