𝟏𝟎 | 𝐃𝐈𝐒𝐅𝐀𝐑𝐂̧𝐀𝐑

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se tiver +70 comentários, eu posto o próximo capítulo ainda hoje às 20hs10

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se tiver +70 comentários, eu posto o próximo capítulo ainda hoje às 20hs
10. DISFARÇAR

NÃO É POSSÍVEL QUE NO MEU PRIMEIRO DIA NO RIO DE JANEIRO EU DOU de cara justamente com ele. Isso mesmo, Gabriel Barbosa.

Ou a vida está querendo me esmurrar até que eu aprenda uma lição ainda incompreendida. Ou o destino gosta de dar voltas loucas para que pessoas se encontrem em lugares totalmente inusitados.

Gabigol não gosta de rap?

Como que eu sei? Não foi porque o stalkei. Longe de mim fazer isso. Mas eu sei, e é isso.

Por que caralhos ele está nesse barzinho em específico onde toca música ao vivo e eu, como cantora, estou cantando justamente um sertanejo de corno?

Ele gosta de rap, devia estar em outros lugares. Não aqui.

Mas lá está ele, numa mesa não tão distante do palco onde eu devia estar muito bem acomodada, mas agora estou incrivelmente inquieta. Acompanhado de uma garota bonita e bem vestida que não precisei olhar duas vezes para saber que é sua irmã.

O olhar do Gabriel está justamente em mim. Talvez porque eu esteja em total holofote nesse momento. E como profissional não devia ficar desconfortável com olhares alheios. Mas eu estou. Estou claramente me ajeitando no banco e desviando a cabeça para não ter que encará-lo e manter contato visual.

Mas eu não vou conseguir fugir.

A plateia está na minha frente e eu preciso interagir com eles, cantar olhando para eles.

Minha única opção é fingir que o Gabigol não existe.

Uma nova música começa a tocar, uma melodia mais agitada. Dou um sorrisinho, piscando para o baixista antes de me colocar em pé para cantar de acordo com o ritmo.

Foda-se tudo. Esse momento é meu.

— Ai, amor. Volta comigo. Seu gostoso. Seu safado. Seu bandido! — olho para as cadeiras da frente enquanto canto, mas meu olhar sempre cai na mesa dele. E, tirando uma coragem do cu, eu decido apontar para ele enquanto canto. — Ai, amor. Volta comigo. Seu gostoso. Seu safado. Seu bandido.

Eu só fico satisfeita quando consigo roubar um sorrisinho de canto dele e uma balançada de cabeça. Ele provavelmente está desacreditado da minha atitude. Afinal eu também estou.

Mas como eu disse, estou no palco com um microfone na mão e várias pessoas me olhando, eu preciso agir como uma cantora de verdade por mais que os olhares do filho da puta do Gabriel em específico estejam mexendo comigo.

Canto mais algumas músicas até finalmente dar o meu tempo de palco. Saio dali e vou direto pro balcão onde o barman rapidamente me oferece uma garrafinha de água com um sorriso simpático no rosto.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now