𝟓𝟖 | 𝐂𝐀𝐒𝐀

9.8K 1.1K 649
                                    

🔒 +500 comentários 🔓
Comentários soltos serão silenciados

— 12 POR 8 — informa Dona Lindalva, verificando o aparelho em meu pulso e o desprendendo de minha pele

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— 12 POR 8 — informa Dona Lindalva, verificando o aparelho em meu pulso e o desprendendo de minha pele. — Está ótima.

— Agora você só precisa se levantar e seguir para a sessão de pilates, a instrutora de Yoga já está chegando — avisa Dhiovanna que está nas minha costas, fazendo uma massagem necessária em meus ombros. — Ela disse que viria às dez, já 'tá dando a hora.

— Não antes de comer um pouco. Toma, filha — seu Valdemir me entrega um prato com dois pães com ovos, e algumas bolachinhas maizenas. — Eu fiz pra você. Esses meninos aí precisam estar fortes assim como a mãe.

Sorrindo, ele acaricia minha cabeça e volta pra bancada de onde estava preparando a comida.

A família do Gabriel decidiu passar essa semana aqui em casa para me ajudar e para me distrair. Está sendo muito reconfortante tê-los aqui. Não só para me fazer companhia, como para cuidarem de mim.

Gabriel está sendo ótimo também. Mas como não pode ficar o dia inteiro em casa porque precisa estar no CT, acaba que a gente nem consegue passar tanto tempo juntos. Mas a noite ele está aqui, me faz companhia e fala com os bebês. E isso está sendo muito necessário. Pra mim e pra minha cabeça.

Confesso que depois que voltei do hospital, me pego pensando no pior mais do que eu poderia controlar.

Às vezes eu estou sentada, assistindo alguma coisa, e minha mente vai longe. Penso em mim não sendo saudável o suficiente e meus bebês acabarem não se desenvolvendo como o esperado. Me vejo perdendo eles e consequentemente me perdendo. Afinal, se o pior acontecer, eu não sei nem como vou conseguir continuar respirando.

Eu rapidamente mudo o pensamento e me forço a mentalizar coisas boas, a esperar coisas boas, apenas.

Mas quando há medo, é difícil acreditar que só o melhor irá acontecer.

Meu coração dói só em cogitar que no fim nada venha a dar certo. Tenho medo dos bebês nascerem com sequelas ou sequer sobreviverem. Tenho pânico disso. Do coraçãozinho deles não aguentarem tudo que eu venho enfrentando. Anemia. Pressão alta.

Não posso perder meus filhos. Não... não posso.

Eu sei que no começo, essa gravidez me assustou, afinal não foi uma coisa que eu planejei. Eu não consegui aceitar tão bem quanto o esperado. Minha reação não foi a de uma mãe que espera com amor e anseia por seus filhos.

Eu era uma fodida financeiramente, tendo um caso com um jogador rival e tentando me livrar das fofocas com o outro jogador do meu time. E, então, de repente, um teste deu positivo e tudo mudou.

Não me sentia capaz de levar essa gravidez pra frente. Como eu conseguiria? Com a vida capenga e destruída que eu tinha. Desemprega. Sem saber onde morar já que o apartamento de São Paulo precisava ser pago assim como o restante das minhas contas e dívidas. Eu não tinha dinheiro reserva pra tudo. A gravidez era uma carta aberta de suicídio. 

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now