𝟐𝟗 | 𝐂𝐀𝐒𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎

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ESTOU NUMA FESTA de casamento

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ESTOU NUMA FESTA de casamento. Mas não me sinto bem para comemorar devidamente. Não que eu não esteja feliz pelo Dudu e pela Paula, eu estou. Eu acho que depois de tudo que o Dudu enfrentou, ele merece ser feliz de verdade e ao lado de alguém que realmente o ame.

Não é a festa que me deixa mal. Bom, talvez seja. O lugar, eu acho. Não sei. Só sei que não estou me sentindo bem o suficiente para me levantar dessa cadeira e dançar junto dos outros, ou simplesmente caminhar até a mesa de doces e encher meu prato com brigadeiros

Estou desanimada. Com mal estar. Vontade de deitar numa cama e dormir pra sempre.

— Oi, Lu — olho para cima só para ver a pessoa que se aproxima de mim. — 'Tá tudo bem?

Raphael Veiga está... como eu posso dizer? Muito bonito. É a primeira vez que ele fala comigo hoje, e olha que nos vimos na casa do meu irmão antes de virmos para cá. Lá ele me cumprimentou com um aceno breve de cabeça e ficou mexendo no celular. Bom, eu também não queria conversar, então não fez diferença. Mesmo assim, me surpreende que ele venha falar comigo agora.

— Ah, oi — ofereço um sorriso fraco. — 'Tô bem, eu acho.

— Vem dançar com a gente — ele estende sua mão em minha direção com um sorriso amigável e contagiante no rosto. — O Scarpa 'tá parecendo uma lagartixa na pista.

Olho pra onde o povo está reunido dançando só para observar meu irmão dançando que nem um maluco. Ele realmente parece uma lagartixa, principalmente quando tenta mostrar o gingado que ele claramente não tem.

— Esse garoto tem uns parafusos a menos — digo rindo enquanto o observo.

— Ou a mais.

— É — concordo, balançando a cabeça e logo voltando a olhar pro Veiga. — Eu até iria, mas... 'tô sem disposição.

— 'Tá tudo bem mesmo? — Sua expressão muda de feliz para preocupado rapidamente. — Quer que eu faça alguma coisa?

— Não — ofereço um sorriso só pra ele saber que eu realmente estou bem e que não é nada demais. — Eu 'tô bem, juro.

— Quer um drink? — Ele oferece, nada convencido das minhas palavras. — Eu pego pra você.

— Não 'tô bebendo.

Veiga franze a testa e me encara por um momento bem longo como se estivesse lendo e descobrindo o que eu não disse, mesmo sem nada pra descobrir. Mas ele decide não falar sobre isso. Decide ignorar esse detalhe, mesmo que pareça estar fritando seus miolos, e volta a querer me deixar bem.

— Quer água então?

Suspiro com um sorriso.

— Água, eu aceito.

Ele balança a cabeça, pressionando os lábios e se afasta de mim para pegar o que me sugeriu.

Enquanto Veiga não retorna, pego meu celular e vejo que tem uma notificação. Uma mensagem. Clico na conversa e um sorriso surge na minha cara só em ver o nome que ela salvou quando estávamos voltando para a casa de seu irmão depois de o deixarmos no aeroporto.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now