𝟔𝟕 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀

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UM DIA, VOCÊ ESTÁ saindo do hospital, se sentindo vazia e péssima por ter que deixar seus filhos ali

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UM DIA, VOCÊ ESTÁ saindo do hospital, se sentindo vazia e péssima por ter que deixar seus filhos ali. Sendo obrigada a retornar para casa pois já está bem o suficiente para não precisar mais dos cuidados do hospital. E eu nunca quis tanto precisar só para poder ficar lá e não ir embora.

Me lembro daquele momento. Da partida. Onde eu percebi que não voltaria para casa com meus bebês.

Que dormiria no conforto da minha cama e na paz da minha casa enquanto meus filhos continuariam na UTI. Sem mim. Sem o pai deles. Sozinhos.

Não exatamente sozinhos pois confio nos profissionais responsáveis em cuidar deles até que estejam saudáveis o suficiente para virem para casa.

Mas só pelo fato de estarem tão longe de mim, eu já me senti... infeliz. Incapaz. Me questionei muito como mãe, como mulher. Foi um momento bem delicado para mim. Onde havia dias que eu simplesmente abria os olhos pela manhã e chorava. Só sentia o aperto no peito e as lágrimas escorrerem. Sem esforço. Sem controle.

Gabriel, preocupado comigo, se ajoelhava na minha frente e me perguntava o motivo do choro e eu... eu não sabia como responder.

Eu podia dizer que era por saudade dos meus filhos. Mas eu ficava, mesmo dormindo em casa, o dia inteiro no hospital com eles.

Então, sei lá, eu só acho que o medo falava mais alto e eu sempre deixava minhas emoções me controlarem.

Contudo, hoje será diferente.

Ah, sim. Hoje é um dia muito mais que especial. Pois finalmente, SIM, depois de quinze dias, eu finalmente, irei buscar meus filhos e irei trazê-los para casa.

Demorou tanto tempo porque Ravi estava demorando para chegar no peso. Luna, por ser a verdadeira fera da família, atingiu o peso na segunda passada. Hoje já é quinta e recebemos a notícia logo pela manhã, antes da visita, que poderíamos buscá-los e trazê-los para casa.

Eu nem pude explicar o que eu senti na hora que eu ouvi aquelas palavras. Só sei que Gabriel estava do meu lado, abriu os braços e me envolveu num abraço que significou tanto para mim que eu me permiti chorar. De novo. E dessa vez por um motivo feliz. 

Agora estamos aqui. Na porta do hospital. Ansiosos. Esperançosos. E muito felizes.

— Caralho, eu estou me tremendo — Gabriel me diz assim que passamos pelo hall de entrada e damos nossos nomes na recepção. — É normal isso?

Ele seca as mãos suadas na calça jeans e me olha com aqueles olhos arregalados. Hoje Gabriel superou todos os níveis de beleza. Ele disse que queria vir arrumadinho pros filhos dele terem noção que o pai é estiloso. Colocou um chapeuzinho e uma camisa do Flamengo que ficou enorme nele, mas o deixou incrivelmente lindo.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now