cap. 43

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Marreta: tá maluca de ficar gritando, quer que todo mundo escute essa porra aqui? - ele pressionava o corpo dele contra ao meu na parede, falava baixo, grosso olhando dentro dos meus olhos.

Lorena: por mim, tô nem aí se tão escutando ou não, eu só tô cansada dessas suas palhaçadas merda.

Marreta: ninguém tava ali por causa de mim não, os cara que chamaram.

Lorena: você não é o dono da porra toda? O chefao do complexo? Se não quisesse ia abrir a boca pra mandar rala. Inclusive aquela vagabunda da Mariana que tá explanando pra todo mundo que está com você, que conversa com você e ainda tira foto NA SUA MOTO. - Bati nos peitos dele, tentando sair de perto, ódio, não sei se é o efeito do álcool ou se isso mexe realmente com meu psicológico, sentei no sofá colocando a mão no rosto, a vontade de chorar já tava me invadindo.

Marreta: não é assim também não Lorena, eu tenho que agradar os parceiros também porra... não tenho culpa das coisas que ela faz não mano, porra.

Lorena: a pior parte da história sempre fica pra mim, eu tô cansada, todo mundo merece seu lado bonzinho eu não, eu mereço me fuder sempre. Cansei, você merece me ver vivendo, curtindo minha vida, sendo uma PIRANHA pra sentir o que eu sinto. A partir de hoje tu vai me ver VIVENDO.

Marreta: te ver vivendo porra nenhuma, eu tô aqui não tô? Tô com ela? Tô Lorena? Tomar no cu porra, tu quer me tirar pra otário como me tirou hoje de manhã.

Lorena: você acha isso o suficiente? namoro não é só esta aqui não.. você abria tanto a boca pra dizer que eu era uma criança de 18 anos, que hoje você é a criança de 30 anos. Eu ultrapassei todos meus limites pra ficar com você e tu só me dá DESGOSTO, não tem 1 semana que você fique sem vacilar comigo. Sempre me coloca em último plano, eu mereço muito mais que isso. Piru, sexo não é e nunca vai ser o suficiente, eu MEREÇO MUITO MAIS QUE ISSO. - falei com as lágrimas escorrendo pelo rosto, olhando bem na cara de cínico dele, a realidade é que a bebida entra a verdade sai, eu não consigo e nem quero me acostumar com o pouco, eu quero o melhor dessa vida, eu quero ser amada, mimada, ser a razão da felicidade de alguém, quero não me preocupar com boatos, com mulheres.

Marreta: você está bêbada, não dá pra conversar com você alterada desse jeito. Tu não entende porra nenhuma, sempre leva pra esse lado. - eu fiz joinha com a mão e levantei do sofá, peguei meu tênis do chão, meu celular que tava jogado no sofá.

Lorena: torce muito pra quando você perceber o lugar que eu realmente mereço, não seja tarde demais. - ele levantou do sofá vindo na minha direção, me olhou negando com a cabeça sai subindo a escada só ouvi o soco que ele deu na parede.

Fui direto pro chuveiro, me encostei na parede e chorei tudo que estava preso, não é uma novidade que eu goste sim do Brayan, que quero ficar com ele, se dependesse de mim nós estaríamos nos dando muito bem. Mas eu não mereço pouco, eu não preciso que ele me assume diante toda a favela, pode ser tudo no sigilo mas eu mereço respeito. Ele não precisa ficar no meio de várias mulheres, pagando bebida, de conversa com ninguém, eu me sinto um nada, me sinto como se fosse o brinquedo que ele só usufrui em casa, quando não tem outras opções.  Fechei os olhos, lembrando de todas as coisas bonitas que ele já me falou, que parecem ser sinceras até, mas quando as palavras não condiz com as atitudes a gente começa até duvidar..

Não sei quanto tempo fiquei ali mas foi tempo o suficiente pra eu ficar toda enrugada, me sequei e fui colocar um pijama, voltei pro banheiro sentando na tampa do vaso e esvaziei meus dois peitos. Voltei pro quarto, passei hidratante, meu perfume de dormir, peguei meu celular e fui pro meu quarto, estava um gelo horrível, deitei me cobrindo, ouvindo a música que tocava lá em baixo.. sinal que ainda está por aqui.

Ultrapassando Limites.Where stories live. Discover now