Marreta narrando...
Sinto dor pelo corpo inteiro mas não consigo abrir o olho, parece que meu coro está dormente e eu não tô nele, tento abrir os olhos e vem uma claridade me impedindo, vejo uma criança na minha frente mas não consigo enxergar o rosto dele, vou caminhando em passos apressados até chegar bem perto da criança que me chamava pra brincar, eu tentava correr mas minhas pernas falhavam e eu ficava cada vez mais cansado e pra trás, aquele jardim já não era mais verde. Eu estava jogado agora no escuro, mais parecido com uma caverna ou sei lá o que e na minha frente passava um filme da minha vida inteira.
Eu vi minha infância, meus momentos com meu pai, os momentos únicos com minha familia, a minha adolescência com o Rato, vi aonde tudo se perdeu, quando meu pai me deixou, eu assisti segundo por segundo, fazendo meu corpo por inteiro tremer e eu finalmente conseguir gritar.
Brayan: NÃÃÃOOOO - abri os olhos rápido batendo meu corpo contra aquela maca, vendo a primeira pessoa que aparece na frente, Jordir.
Jordir: calma mano, eu tô aqui. - balanço a cabeça em negativo, a voz não sai novamente, tudo ficou em câmera lenta, eu queria gritar, eu queria expressar o que eu tava sentindo, mas a única coisa que saia de mim nesse momento era as lágrimas silenciosas, arrancando do meu peito todo aquele sofrimento, me fazendo reviver tudo aquilo.
XX: pressão alta demais, a qualquer momento pode sofrer uma parada cardíaca.
XX: conecta aparelho - eu ouvia tudo, eu enxergava tudo e aquilo tava me matando por dentro, o desespero do Jordir correndo de um lado pro outro com o telefone na mão.
Meus olhos foram ficando cada vez mais pesados, eu me esforçava pra manter ele aberto mas um sono terrível se aproximou e tudo que eu consegui fazer foi dar um suspiro e apagar, ouvindo um barulho ensurdecedor da máquina.....
(....)
Abri os olhos e agora vejo o quarto mais cheio do que antes, mas como eu não esperava não tinha nenhum médico, fui voltando ao normal vendo que a Lorena dormia em uma espécie de sofá, Gabriel e Jordir em pé e Hugo sentado em uma cadeira... tá faltando uma pessoa aqui, parei pra pensar e lembrei do CL e tudo começou a vir como um flashback na minha cabeça, nos descendo fazendo ronda, ele baleado pedindo pra ir ao hospital, os policiais, o barulho do tiro, ele morrendo nos meus braços, caído na minha frente...
Lágrimas encheram meus olhos no mesmo momento, mesmo sabendo que todo mundo um dia vai morrer, a gente nunca tá preparado pra perder um dos nossos. Tentei puxar minha mão levando até o rosto e o barulho de fios sendo o puxado chamou a atenção de todo mundo. Lorena se levantou rápido vindo até a mim, em questões de segundo todos eles me cercaram.
Lorena: amor, fala comigo.. tá tudo bem? - ela falou com os olhos cheios, concordei balançando a cabeça.
Brayan: eu tô com sede. - falei baixo, fazendo eles prestarem a atenção em mim.
Hugo: vou pedir água lá ao médico, calma ai.. - ele saiu e não demorou muito voltou com água, foi me dando devagar, fechei os olhos apreciando a água.
Gabriel: pai.. finalmente você tá aqui, a gente não aguentava mais sem você. - ele falou passando a mão no meu cabelo, sorri de lado pro meu garoto, orgulho do homem que ele vai se tornar, sei que meu esforço vai valer a pena.
Brayan: eu tô bem, acho... quanto tempo tô aqui?
Jordir: algumas boas horas.. - ele falou da do um sorriso meio de lado e passando a mão em mim.
Hugo: achei que tu ia passar dessa pra melhor, coração não aguenta mais tanta emoção nao, Brayan.
Lorena: eu avisei a meses pra ele fazer um exame, só fuma, bebe e se estressa.. - falou me alisando, toda cheia de dengo pro meu lado.
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Ultrapassando Limites.
AdventureO amor nos leva as alturas, mas também nos leva ao fundo do poço. Amar dói, amar cura, amar fere mas amar nos faz sobreviver. Só o amor nunca é suficiente, mas ele é o que faz todas as outras coisas possíveis. Venha ler mais uma história de amor pr...