cap. 57

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Capítulo especial...
Rato narrando.

Desde menó eu carrego ódio pelos fardados e não é porque sou bandido não, cresci vendo eles entrar na favela, invadir casa de morador inclusive a minha, esculachar geral e matar inocente, quem cria a imagem da polícia sendo boa tá enganado, preto, favela do e morador de favela é tratado como um nada, por mais certo que você seja, se eles cismarem é vala. Não tem desenrolou, vai matar e chegar na mídia que tu trocou tiro com eles, que tu tava com fuzil, não to generalizando porra nenhuma, é a verdade. De 100%, só existe 1% de policial honesto, é tudo corrupto, tudo cuzão e quanto mais se aprofunda no mundo do crime mas sujeira dos batalhão a gente descobre. 

E o Sgt Lira é um desses, o cara fede a merda meu irmão e ainda se diz pastor, por jsso nego hoje em dia não fixa na igreja, bando de safado escarnecendo o nome de Deu, cara tá disposto a foder a vida da própria filha a todo custo, Brayan já era pra ter matado faz tempo mas quis da corda, não quis se indispor com Lorena. É foda também, é pai dela e ela não sabe da metade de sujeira que ele carrega no currículo, só que agora é diferente quem comanda essa missão sou eu e de duas é uma, ou ele morre ou ele morre, não tem mais papo.

Parei em uma área pra fumante aqui no corredor onde Marreta tá internado, amanhã mesmo vou tacar ele na favela, não dá pra da bobeira com ele pela pista não, acendi um skank sentindo o vento gelado bater contra o meu corpo. Olhei pra baixo fixando meus olhos em 2 homens caminhando ao Hall desse prédio, apaguei o baseado colocando a ponta no bolso, permaneci ali encostado ouvindo barulho do elevador abrir. Fixei meus olhos e vi quem eu mais querida ver, Carlos Lira.

Carlos: boa noite, quem é a enfermeira chefe do plantão?

XX: Sou eu, algum problema?

Carlos: Sou Sgt. Lira da polícia militar do 19 batalhão, tô atrás de um paciente que deu entrada aqui com um tiro. Pode me levar até o quarto que ele se encontra?

XX: Senhor, eu não posso passar informações de pacientes, não sou autorizada.

Carlos: isso não é um pedido, é uma ordem. Você ainda não entendeu? Ou eu vou ter que te explicar de outra forma?

XX: Senhor.. não somos autorizadas eu posso perder meu emprego 

Carlos: acho melhor você fazer o que eu tô mandando, se não quiser uma visitinha na sua casa. - velho filho da puta mané, desgraçado. A mulher não respondeu mais nada só saiu andando e ele atrás.

Carlos: pode circular por aí Barata, meu assunto com ele é particular. - o cara concordou, parando um pouco distante sentando em um dos bancos que fica no corredor. Minha preocupação agora é na tia Izabel que tá dormindo lá dentro com o mano. Segui em passos rápidos até a porta do quarto, dando uma olhada pras enfermeiras fazendo o sinal de silêncio. Atrás da porta, com a mão na arma já paro pra ouvir.

Carlos: ora, ora se não é o querido Marreta aqui na minha frente. - consigo ouvir o Brayan xingando baixo.

Marreta: sai daqui, mãe.

Carlos: sair? Seria uma honra te matar na frente da sua querida mãe, Marreta.

Marreta: querer vir aqui onde tô fudido é mole, porque não bateu de frente comigo na pista, já sei.. é pq tu não sustenta, tu é um cuzao Carlos.

Carlos: mal consegue levantar e tá de abuso, se eu fosse cuzão não teria subido atrás de tu naquele lixo que tu chama de favela.

Marreta: perdeu a oportunidade de me matar Carlos, pq quem vai morrer agora é você. -ouvi a risada do Carlos ecoando pelo quarto.

Ultrapassando Limites.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora