Ultrapassando Limites.

cap. 61

Acordamos já era 20h da noite com o celular dele tocando, ele atendeu e era dona Izabel perguntando se queríamos janta, eu ia até fazer mas ele disse pra mãe dele mandar pelos meninos então fiquei calada na minha, ela acabou perguntando por mim porque ele falou que eu tava abalada demais, eu olhei pra cara dele como um ponto de interrogação o mesmo me olhou mandando ficar em silêncio, não demorou muito ele desligou o celular e veio mais pra perto de mim, fazendo carinho no meu rosto em quanto nos encaravamos em silêncio.

Brayan: o que resolveu sobre o enterro?

Lorena: ele pagou a vida inteira plano funerário, liguei e resolveram tudo só tive que assinar a papelada que o cara levou lá no iml pra mim, reconheci o corpo e vim embora. Vai ser amanhã ás 11h.

Brayan: foda, pior é ter que resolver tudo sabendo o quanto ele te desejava mal..

Lorena: é meu pai, meu sangue.. apesar dos últimos problemas eu tenho sentimentos e sinto a morte dele sim. Tá sendo difícil pra mim, posso não demonstrar mais por dentro meu coração tá sangrando com tudo isso.

Brayan: to ligado, eu pensei mil vezes em querer matar ele justamente por ser teu pai, mas desde que você entrou na minha vida. Você, Sophie e minha mãe são em primeiro lugar em tudo, desde o momento que ele declarou que queria te fazer mal ele virou meu inimigo número 1.

Lorena: Eu entendo, e apesar desse blá-blá-blá todo, eu não consigo ser tão ruim e hipócrita em aceitar a morte e viver a minha vida normalmente. A vida inteira ele foi um pai bom pra mim, até os meus 16 anos ele foi excelente.. então é meio foda, sabe?

Brayan: eu sei e não tô querendo que você fique com ódio dele não, amor.. a parada é que você tem que ser você mesmo, vai doer po mas quero que tu saiba que tô aqui..

Lorena: e eu também tô aqui, por você e com você. - dei um selinho nele, que retribuiu. Pelo visto vai voltar um dinheiro bom do seguro de vida, a pensão é até eu casar no papel e os bens dele vem pra mim né? Casas, carro.. vou vender o carro e ficar só com as casas.

Brayan: tá certo, nem é bom ficar com carro já tá mais que pichado.. precisar de advogado eu pago um pra tu, conheço uns bons sem neurose..

Lorena: minha vó levou um hoje com a gente, parece ser bom também.

Brayan: iala mané, foi um homem junto e nem me passaram a visão. - acabei rindo do jeito que ele falou. A campainha tocou olhei pra ele, levantei cheia de preguiça e desci acendendo as luzes, acendi a da varanda e abri anporta, fui andando até o portão e abri vendo o menino que sempre fica por aqui com sacola na mão.

Lorena: boa noite. Obrigado.

XX: nada dona -fechei o portão, entrei de volta e o outro tava sentado na mesa com jarra de suco e os pratos tbm, levei a comida pra meda e peguei o controle da televisão colocando na novela, quase não vejo, estou totalmente desatualizada de tudo que passa na televisão. Abri os portes e a comida era cozido, gente quanto tempo eu não comia.. ela mandou tudo separado, pote de arroz, um de feijão, um com os legumes e outro com as carnes, fiz meu prato e o dele, Brayan orou pelo alimento e depois começamos a comer..

Brayan: me amarro na comida da minha mas depois que provei a tua fica até difícil saber qual é minha preferida.

Lorena: para de graça tá falando isso só pq quer elogiar a dela.

Brayan: tá maluca garota, tô dando o papo reto mesmo.. - ri dando língua pra ele, tava tão bom que até eu repeti, acabamos e eu lavei a louça toda, ele subiu pra tomar banho e eu fui atrás dele no banheiro, sentei no vaso e fiquei vendo a obra de arte pelada, esfregando os pontos com sabonete. Ele virou de frente tomando susto me vendo ali.