Cap. 97

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Lorena narrando..
Fim - Parte 1

Finalmente completei 9 meses, já não estava mais aguentando não, a barriga maior que eu já não conseguia andar direito, andava remando que nem uma baleia, Brayan me zoa tanto que eu chego a chorar me chama de pinguim, mas se tô assim hoje a culpa é desse idiota e minha também fazia o pau de trampolim e achei que ia ganhar o que? Carro? ata, inocente.. nesse último mês a médica me proibiu de TUDO, não podia sair, não podia bater perna, ficas horas em pé fazendo os doce da loja? Impossível, só estudava, comia, deitava porque até a minha comida quando não é quentinha, a dona Izabel faz e manda e quando Gabi tá aqui ela que faz, as vezes ligo pra minha vó chorando ela vem, passa o dia comigo, faz comida, fica na banheira lá conversando comigo, de uns dias pra cá ando com uma tristeza dentro de mim, sabe? Sonhei com minha mãe e depois disso só piorou, queria tanto ela aqui pra conhecer o neto, me dá forças, queria ser metade da mãe e mulher que ela foi pra mim, tenho medo incansavelmente de falhar como mãe, deixar a desejar como mulher.. não é só o Lorenzo, a Sophie é uma criança também precisa de atenção, o Gabriel já é burro velho sabe se virar..

Eu não tenho o que reclamar do Brayan, sabe? Mas esses dias estamos bem distantes, não sei se é coisa da minha cabeça mas quando ele chega eu já tô dormindo ou quando acordo ele já saiu, tem dias que chego a chorar escondido da Sophie, que tá cada dia mais grudada a mim, não reclamo jamais porque ela é uma criança muito carente, então tudo ela quer mostrar que faz, quer ficar perto, ela chega da escola já contando o dia, já mostrando o que aprendeu e eu dou a maior atenção, no horário da janta a gente senta e eu faço questão deles me contarem o dia, ela, Gabriel, Gabi..  o único que não conta os problemas do trabalho é Brayan pela vida que leva, mas a gente sempre tira esse momento sabe? Se um deles estiverem com problemas, a gente da opinião, tenta solucionar da melhor maneira, graças a Deus eu tenho uma família que sempre sonhei, unida, sem muitos estresses, todo mundo com caminho andado, se um dia eu falhar ou o Brayan, sei que eles estão bem criados e orientados,  serão sempre um pelo outro pq falo isso todo dia, são nós por nós, quando eu morrer eles por eles e se não forem eu volto pra buscar um por um, quando falo eles vivem rindo, mas sabem que é verdade.

A favela está ótima mas eu só sei o que vejo pela internet ou o que meus bi me contam, nunca mais curti nada, nem quero, do jeito que ando estressada capaz de me olharem torto eu cismar e querer da logo um tiro.. mas eles me contam, cada babado, Bianca cada vez melhor, o que uma terapia não faz né? Eu fico tão feliz, as vezes fazemos uns churrasquinho juntas pra ter nossos momentos, petiscos, aqueles momentos só nossos sabe? Que me fazem um bem danado, é bom saber que os meus amigos são os mesmos desde o início, que essa minha vida doida não mudou, que por mais que não estejamos grudados como antes, nada mudou.

(...)

Tô sentada no sofá esperando a Gabi chegar, tenho uma ultra pra bater no hospital que a vó dela está internada, esses dias eles voltaram da visita toda feliz que a vó melhorou, que as coisas estão caminhando direitinho, Brayan pagou a obra na casa da vó, terminaram a do Gabriel e foram fazer a dela, Gabriel alugou e tá recebendo dinheirinho agora de dois aluguéis, já é um a mais que ele bota no bolso né? Porque agora tá numa briga pra aceitar dinheiro do pai, diz pro pai que é melhor ajudar a abrir a loja que depois ele se vira, Brayan tá montando.. ele é Gaby saem, se divertem mas com dinheirinho do trabalho dos dois, então eu mimo de várias outras formas, dando roupa, as coisas pra eles gosto de verem eles bem sabe? Felizes, não tem preço..

A porta bateu e ela veio toda murcha, sentou no sofá me abraçando, dei um beijo na testa dela..

Lorena: bom dia amor, que foi? - ela me olhou com aquela carinha de choro, suspirei.

Ultrapassando Limites.Where stories live. Discover now