12.Morte Parte I

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 Naquela manhã, Miguel acordou sobressaltado

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Naquela manhã, Miguel acordou sobressaltado. O despertador tocou um solo de guitarra clássico e o assustou, ele adorava seu novo toque era Back in Black do AC/DC. Finalmente criou coragem, naquela semana, para trocar o "TLING-TLING" infernal que era o toque antigo, seria ainda mais perfeito se ele não estivesse de ressaca e sem a menor vontade de levantar da cama.

Juro por Deus que nunca mais faço isso, pensou Miguel. A cabeça dava aquela sensação de que explodiria a qualquer momento e as pálpebras, preguiçosas, agonizavam com a luz do sol que entrava no quarto. Cambaleante calçou os chinelos e tropeçou até o banheiro.

— Como eu cheguei em casa? — Disse olhando para o reflexo no espelho.

Na noite anterior Miguel saiu com os calouros de sua faculdade para comemorar, da mesma forma que seus veteranos fizeram com ele no ano passado, mas acabou exagerando um pouco e os efeitos do álcool ainda resistiam em seu organismo. Vomitou no vaso, o que estranhamente para ele o fez se sentir melhor.

Desceu as escadas até a sala, ainda não acreditava no exagero de espaço que era a nova casa. Encontrou a mesa posta: Bolo, pão quentinho, suco de laranja, café, leite e tudo mais que a mãe gostava de preparar para valorizar ainda mais a conquista de sua nova residência. Na mesa estavam Sofia, o vovô e sua mãe, esta última em pé servindo café para o Sr. Arcanjo que lia seu jornal como de costume. O sorriso da mãe se voltou para Miguel e ela disse:

— Ora, ora. Alguém resolveu me deixar preocupada ontem, não é mesmo? Não sabe mais o número de casa ou não queria me avisar? — Disse sarcasticamente a mãe.

— Nossa, foi mal, mãe. Vacilei mesmo. — Disse Miguel sentando-se do lado da irmã. Ele apertava a cabeça tentando fazer a dor diminuir.

— Bom dia irmãozão mais lindo do universo! — Sofia abraçou Miguel com força.

— Calma, Sofia! Não precisa me sufocar todas as manhãs.— Reclamou Miguel — E nem gritar no meu ouvido, minha cabeça vai explodir.

— Você sabe que depois daquela noite sua irmã ficou com um medo gigante de te perder. Graças a Deus você melhorou de um dia para o outro. — Explicou Joana, com voz de mãe atenciosa.

Não era mentira. Certa noite Miguel teve uma febre tão forte que delirava coisas sobre criaturas da noite e outras atrocidades. Enquanto a mãe tentava baixar sua febre, a irmã passara a noite ao lado do irmão clamando a Deus que restabelecesse a saúde de Miguel e que não tirasse o irmãozão dela. Quando o irmão finalmente melhorou a garota prometeu que receberia ele com um abraço apertado por todas as manhãs.

— Eu sei, eu sei! Também te amo, grudenta. — Disse Miguel bagunçando o cabelo da irmã, que ria.

A amizade dos dois cresceu como nunca depois daquele dia, mas Sofia nunca tivera coragem de perguntar para Miguel sobre as tais criaturas noturnas que assombravam seu sonho. E Miguel nunca teve vontade de tocar no assunto, afinal, pesadelos sempre tem um fim.

Ômega - O Guardião Santo (Fantasia/Suspense/Sobrenatural)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora