46. Amaldiçoado Parte I

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A vida em muitos casos é injustiça, e na Cidade Cinza não é diferente

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A vida em muitos casos é injustiça, e na Cidade Cinza não é diferente. Algumas pessoas conseguem dinheiro fácil, outras trabalham duro e algumas não conseguem trabalho. O último caso se aplica a Alfredo, homem simples, casado com o amor de sua vida e pai de duas lindas garotinhas, ele esperava o nascimento de outro filho, o primeiro garoto, quando perdeu o emprego.

Alfredo trabalhava em uma empresa de transporte, ganhava pouco e se esforçava muito, mas um dia cometeu dois erros: correu atrás de um garoto que roubou sua carteira e deixou o veículo da empresa sozinho com a chave na ignição. Obviamente não alcançou o garoto e quando voltou a Van não estava lá, seu chefe não acreditou que alguém seria tão tolo e demitiu Alfredo.

Desempregado, ele tentou conseguir emprego em outras empresas de transporte e não conseguiu, pensou em ser motorista de um aplicativo de carona, entretanto não tinha dinheiro para alugar um carro. Desesperado, o homem de 42 anos procurou emprego em outras áreas e também não conseguiu.

No auge do desespero pediu ajuda para um amigo de infância, Alex, o qual ele evitou durante anos por conhecer seu caráter duvidoso. Contudo, isso não importava agora, ele precisava de dinheiro e tinha que ser rápido, a família quase não tinha o que comer e se não fosse a ajuda dos parentes e amigos não teriam como pagar nem as contas mais básicas.

Alex foi gentil quando se encontraram em um bar, perguntou por sua família e tentou acalmar Alfredo com a promessa de um trabalho simples, ele só precisaria dirigir uma vez e em troca receberia o equivalente a um ano de seu último salário na transportadora. Alex era encantador em suas palavras, disse que conhecia o caráter de Alfredo e que nunca o colocaria em algo arriscado, disse que não podia dar detalhes sobre o trabalho, mas que no domingo à noite ele encontraria os outros dois homens que explicaram o que devia ser feito.

No domingo, por volta das três da madrugada, ele e Alex esperavam naquela encruzilhada fria e deserta. O carro de Alex, o velho Opala preto, servia de escoro para as costas, enquanto aguardavam.

— Você quer um cigarro? — Disse Alex o acendendo com seu isqueiro de prata.

— Não, obrigado. Eu larguei tem alguns anos.

— Coisa de pai, né? Pode crê, pode crê. Também queria largar, mas me ajuda a ficar tranquilo.

Alfredo assentiu com a cabeça e eles perceberam o farol baixo que se aproximava.

— São eles, o Rinha e o Smile, fica de boa, heim. O Rinha gosta de provocar, mas não deixa ele te irritar.

Rinha, Alfredo o conhecia. Bartolomeu Santo, vulgo Rinha, era simplesmente o sujeito mais explosivo de seu bairro. Não respeitava nada, vivia com uma arma na cintura puxando briga com todos os homens e assediando todas as mulheres. Certo dia foi preso por alguma bobagem e ninguém sabia dele há dois anos ou mais.

Ao sair do carro, percebeu que Rinha continuava o mesmo: homem alto, forte, com um semblante sempre carregado de fúria, mesmo no frio usava uma camiseta regata que destacava seus músculos e suas tatuagens vazias de significado. O outro sujeito que o acompanhava era baixo e gordo, mas seu sorriso carregado de malevolência e sarcasmo também eram assustadores.

Ômega - O Guardião Santo (Fantasia/Suspense/Sobrenatural)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora