51. Guardião Parte I

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O sentimento irracional de perigo que ronda a mente quando se está assustado, ou o medo como é conhecido por Miguel, tomou cada fibra de seu corpo

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O sentimento irracional de perigo que ronda a mente quando se está assustado, ou o medo como é conhecido por Miguel, tomou cada fibra de seu corpo. Não era o temor comum, o sentimento foi semelhante a ver uma imagem absurda se formar diante de seus olhos.

Sua irmã dormia tranquilamente abraçada ao travesseiro, de fronha rosa, e estava enroscada no cobertor de algodão. O quarto estava normal com os móveis em seus devidos lugares e a janela aberta permitia que o sol da manhã adentrasse o aposento.

Tudo parecia uma figura banal, com exceção do homem sentado à beira da cama.

A imagem do homem era saída de um filme de gangues: usava uma jaqueta de couro preta com um jeans escuro, possuía uma barba escura e grossa que tomava o rosto sério e quadrado do sujeito que estava tranquilamente observando sua irmã dormir.

Entre o batente e a guarnição de madeira da porta, a mão de Miguel fincava seus dedos nervosamente, o corpo se encontrava paralisado sem saber qual reação tomar, ele lutaria? Acordaria a irmã para fugir?

Enquanto decidia qual atitude tomar, o homem de semblante concentrado virou-se em sua direção e tomou a iniciativa:

— Vocês humanos são curiosos, nascem com a capacidade de construir impérios, erradicarem doenças e moldar o mundo, entretanto um simples trauma pode deixá-los isolados de tudo em um quarto, sem conseguir pronunciar uma palavra.

Era óbvio que aquela pessoa sabia detalhes da vida de Sofia, Miguel pensou imediatamente se tratar de um mestiço como Arae ou o falso Todorov.

— Garota fascinante, tantos traumas. Ela lembra de tudo.

Miguel não sabia sobre o que ele falava, com passos lentos tentou se aproximar da cama sem acordar a irmã.

— A noite que você perdeu o controle no cemitério, ela lembra de tudo. Ela tenta se convencer que foi um sonho, mas é esperta demais para  aceitar isso.

— Levanta dessa cama agora, seu Carniçal desgraçado! — Sussurrou Miguel.

O homem sorriu despretensiosamente.

— Não se preocupe, ela não vai acordar e seu avô também.

Parecia verdade, Sofia dormia profundamente sem perceber o que acontecia ao seu redor e se aquele estranho sujeito quisesse fazer algum mal já teria feito há muito tempo.

Se aquilo era um Carniçal, Aghi estava errado ao dizer que sua casa era segura da influência das criaturas. Miguel se baseou na informação do garoto para ter tranquilidade enquanto trabalhava ou frequentava a escola, era consolador saber que ninguém faria mal a sua irmã e ao vovô Arcanjo.

— Quem é você? O que quer aqui? Você é um Mestiço, certo?

— Você faz muitas perguntas, Miguel.

— É bom você começar a responder antes que eu arranque sua cabeça.

— Não preciso, ele já vai responder sua dúvida — o homem fez um sinal com a cabeça em direção a porta.

Ômega - O Guardião Santo (Fantasia/Suspense/Sobrenatural)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora