37. Carmesim Parte I

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A Cidade Cinza tem seus mistérios e contradições, tem seus casos do passado e suas imagens de rancor e vingança, tudo que é feito nela tem seus motivos sórdidos, mas uma hora o passado volta para atormentar as almas

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A Cidade Cinza tem seus mistérios e contradições, tem seus casos do passado e suas imagens de rancor e vingança, tudo que é feito nela tem seus motivos sórdidos, mas uma hora o passado volta para atormentar as almas. Era o que o velho general Henrico Gaspartti, nunca imaginou ter que viver, aos oitenta e dois anos de uma vida cheia de alegrias e segredos.

Quando chegou em sua casa, após uma excelente noite com sua querida filha, Samantha, e suas pequenas netas Lívia e Carla, tudo que o velho general queria era um bom copo de seu Bourbon e uma bela esticada em seu sofá, contemplando a vista de seu apartamento, as incríveis luzes da cidade Cinza.

A ampla sala, de seu belo apartamento, herança de uma vida de bons trabalhos prestados por sua nação e a saudade de sua falecida esposa o acompanhavam naquela noite fria, não só elas a bela lua cheia também o acompanhava.

Já era por volta das três da madrugada quando seu celular tocou, era um número desconhecido que prontamente foi ignorado, jamais interromperia sua contemplação para atender um evidente engano telefônico. Contudo o número prosseguiu a incomodá-lo até que o homem optou por desligar seu celular, nem se deu ao trabalho de tentar bloquear o número que o incomodava.

Achou que teria encontrado finalmente sossego, quando o telefone de sua casa tocou. A tal pessoa desconhecida parecia implacável, levantou-se frustrado até a bancada da cozinha americana e atendeu.

— Alô?

— Boa noite, General. É uma honra finalmente conhecê-lo.

A voz estava distorcida, não poderia dizer nem se era um homem que estava ligando.

— Que diabo de brincadeira é essa? Quem fala?

— Ora, meu bom General. Não se abale, ainda temos muito que conversar.

— Vá pro inferno, rapaz. Estou desligando agora.

— Eu não faria isso, General Gaspartti. — A voz parecia séria.— Seria uma pena desperdiçar um uísque tão caro.

Henrico Gaspartti olhou para o Bourbon, incrédulo. Estava no trigésimo andar do prédio mais alto da região, nenhum outro edifício tinha vista para sua sala.

— Que merda é essa? Como você sabe que eu estou bebendo? Vou desligar!

Nesse momento a garrafa perto do sofá explodiu em estilhaços, um único tiro, uma bala vindo da ampla janela aberta. O velho homem se protegeu com os braços e deu um passo para trás da bancada.

— Você ainda está ai, General? Podemos continuar nossa conversa?

— Olha, eu não sei quem é você, mas obviamente não me conhece como pensa. Eu conheço pessoas, tenho contatos.

— Eu sei exatamente quem é você senhor Henrico Gaspartti. Essa noite você será julgado por um crime do passado. Se vai ser considerado culpado ou não só depende de suas respostas.

Ômega - O Guardião Santo (Fantasia/Suspense/Sobrenatural)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora