Prólogo

4.3K 305 198
                                    

O vulto se aproximava em uma lenta marcha que estremecia e criava rachaduras no asfalto encoberto pela névoa

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

O vulto se aproximava em uma lenta marcha que estremecia e criava rachaduras no asfalto encoberto pela névoa. Os ruídos, bestiais como grunhidos maquiavélicos, davam a sensação de que a besta detinha algum nível de racionalidade e estava prestes a se comunicar. Então aquela voz abrupta rasgou o ar como se saísse de uma garganta dilacerada:

— Fome... Eu tenho fome... Eu quero o garoto.

A névoa partiu-se, esvoaçando até o ponto em que a criatura se tornara não apenas um borrão, mas sim algo palpável. A figura saltou das sombras, a saliva percorria as grandes presas como um veneno de réptil em direção ao solo. Sua cabeça, um crânio de fera cinza e grotesco era marcada pelos contornos disformes, os olhos eram negros como uma imensidão de escuridão. A criatura deslocava seus grandes braços humanoides, desproporcionais ao restante do corpo, na direção dos garotos. Os oito espinhos em suas costas pareciam chifres gigantescos de touro e suas garras, afiadas e maciças, não pareciam com as de qualquer animal que já tenha passado pelo mundo nos últimos milhares de anos.

— Eu quero o garoto! — Dizia a criatura liberando um hálito assombroso que instantaneamente lembrou a Miguel aquele cheiro de morte no ar.

Miguel sentiu suas pernas tremerem e seus joelhos se dobrarem em agonia, mas Aghi continuava ali parado como uma estátua de pedra. Firme, o pequeno garoto encarava a fera como uma leoa encara um animal que ameaça sua cria. Absolutamente não era Miguel o alvo, era Aghi.

Naquele momento tudo que Aghi disse, sobre saber o nome de Deus ou esperar um Guardião Santo, fazia sentido — qualquer coisa naquele momento não seria absurda para Miguel. Sua mente sobrecarregada pela figura monstruosa não conseguia raciocinar nada. 

****

Para os mais curiosos, esse trecho faz parte do capítulo Ceticismo Parte VII. É a primeira vez que Miguel encontra um Carniçal e talvez a última... Brincadeira, é melhor ler o livro ou pular para essa parte se você for mais curioso.

Muito obrigado pelo interesse, espero do fundo do coração que todos gostem de ler essa aventura.

Aquele abraço e bons livros!

Ômega - O Guardião Santo (Fantasia/Suspense/Sobrenatural)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora